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118 resultados encontrados com uma busca vazia

  • Cafeicultura regenerativa mostra resultados concretos no campo

    Boas práticas, equilíbrio ecológico e qualidade do grão se encontram em sistemas regenerativos de produção de café, que ganham espaço entre produtores preocupados com o solo, o ambiente e a saúde dos consumidores. Produtor de café melhora qualidade do solo e zera uso de agrotóxico com técnicas sustentáveis no Espírito Santo. — Foto: TV Gazeta A cafeicultura brasileira vive um novo ciclo orientado pela sustentabilidade e regeneração ambiental. Um exemplo concreto vem de produtores que adotaram práticas de manejo do solo com foco na saúde ecológica do agroecossistema, substituindo o uso de agrotóxicos por soluções baseadas em biologia do solo, adubação orgânica e cobertura vegetal diversificada. Os resultados são evidentes: maior fertilidade do solo, controle natural de pragas, aumento da produtividade e valorização do café nos mercados especializados. Técnicas como o consórcio de culturas, adubação verde e compostagem orgânica não apenas eliminam a necessidade de herbicidas, mas também fortalecem os ciclos naturais do solo. 🌱 Agricultura regenerativa A base desse modelo está na revitalização do solo e no fortalecimento dos serviços ecossistêmicos da propriedade rural. A agricultura regenerativa propõe: Integração de espécies vegetais nas entrelinhas do café; Eliminação de herbicidas sintéticos; Recuperação da microbiota do solo; Cobertura vegetal permanente; Aplicação de biofertilizantes líquidos. Quando bem adaptado ao relevo e clima, esse modelo favorece a biodiversidade, reduz custos com insumos e pode elevar a pontuação dos cafés em concursos de qualidade, chegando a 86+ pontos na escala da SCAA. ☕ Café sustentável: um diferencial competitivo A adoção de sistemas orgânicos e regenerativos tem transformado a cafeicultura. O modelo permite que os produtores alcancem novos mercados, especialmente o de cafés especiais, cuja demanda cresce no Brasil e no exterior. Ao eliminar o glifosato, muitos agricultores observaram melhora na qualidade da bebida, diversificação dos microrganismos do solo e fidelização de compradores conscientes. No Estado do Espírito Santo, diversas propriedades familiares têm alcançado melhor desempenho agronômico e comercial após substituírem agroquímicos por técnicas de manejo sustentável. Há nove anos, Tiago Camiletti - produtor de café no Norte do ES - aposta no manejo sustentável das suas lavouras. Foto: Conexão Safra 🔎 Ecossistema produtivo Práticas como adubação verde com crotalária e guandu-anão, uso de compostos orgânicos, conservação do solo em microterraceamentos e aproveitamento dos resíduos do café favorecem a saúde do ecossistema e a produtividade do cafeeiro. A substituição de entradas químicas por práticas de manejo regenerativo cria um ciclo de autossuficiência produtiva e ecológica, fundamental para a agricultura de base familiar em regiões de montanha. 📊 Benefícios observados: ✔️ Solo mais fértil e estruturado ✔️ Zero uso de herbicidas e agrotóxicos ✔️ Aumento de microrganismos benéficos ✔️ Qualidade sensorial superior no café ✔️ Redução de custos com insumos ✔️ Preservação ambiental e valorização do produto Fontes: G1 | Conexão Safra | Revista Negócio Rural

  • São Paulo planeja sistema de monitoramento em segurança alimentar

    A cidade de São Paulo poderá contar, em breve, com um sistema permanente de vigilância e monitoramento da segurança alimentar e nutricional (SAN), conforme propõe um grupo de especialistas da USP. O 1º Inquérito sobre a Situação Alimentar no Município de São Paulo foi realizado em 2024. Foto: Adobe Stock A proposta, apresentada em artigo publicado no Jornal da USP , sugere a criação de uma ferramenta pública capaz de reunir e integrar dados sobre produção, acesso, consumo e políticas públicas relacionadas à alimentação — uma estratégia essencial para lidar com os desafios crescentes da insegurança alimentar urbana. Esse projeto encontra consonância direta com as pesquisas e iniciativas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Combate à Fome (INCT Fome), que já revelaram que mais da metade da população da capital paulista vive algum grau de insegurança alimentar. Em 2022, um levantamento liderado por pesquisadores do instituto apontou que cerca de 52% dos domicílios da cidade enfrentavam dificuldades para garantir uma alimentação adequada e saudável. 📊 Diagnósticos A proposta da USP vai além da mensuração pontual: trata-se de criar uma estrutura contínua, baseada em evidências, para orientar o poder público na formulação de políticas de combate à fome, redução de desigualdades e promoção do direito humano à alimentação. A ideia é desenvolver uma base de dados dinâmica, que articule fontes como pesquisas domiciliares, estatísticas populacionais, dados de acesso à saúde e educação, informações sobre programas sociais e hábitos alimentares. Esse tipo de ferramenta ganha ainda mais relevância ao se observar a urgência dos dados já levantados pelo INCT. Durante o II Simpósio INCT Combate à Fome, realizado em 2023, foi reiterada a necessidade de sistemas estruturados e interdisciplinares para enfrentar a crise alimentar nas cidades brasileiras . O simpósio também destacou o papel dos centros urbanos na formulação de políticas públicas territorializadas, que reconheçam as vulnerabilidades locais — algo que o sistema proposto pela USP poderá fortalecer. Em pesquisa realizada entre os meses de maio e julho de 2024, pelo Comusan-SP  (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional), o Obsanpa (Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional da Cidade de São Paulo), e pesquisadores da Unifesp e UFABC, foi revelado que mais de 5,8 milhões de pessoas na cidade tiveram que reduzir a variedade de alimentos, diminuir as porções, pular refeições ou até passar um dia inteiro sem comer. 🔬 Tecnologia, ciência e gestão pública Inspirado em metodologias já aplicadas em países como México, Canadá e Alemanha, o sistema de vigilância de São Paulo prevê a participação de diferentes esferas da gestão pública, além de universidades, conselhos municipais e representantes da sociedade civil. Essa governança compartilhada visa garantir transparência e aplicação prática dos dados gerados. A proposta da USP também busca inserir São Paulo em redes internacionais de enfrentamento à insegurança alimentar, articulando a cidade aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente no que tange à erradicação da fome, saúde e bem-estar e redução das desigualdades. O objetivo do INCT é avaliar e propor estratégias e políticas públicas para a realização do direito humano à alimentação adequada. Fonte: fsp.usp.br 🌱INCT Combate à Fome O INCT tem atuado fortemente no mapeamento e compreensão das dinâmicas que sustentam a fome e a má nutrição no Brasil, especialmente nos centros urbanos. Seus estudos combinam análises socioeconômicas, políticas públicas, acesso a alimentos saudáveis e as condições de vulnerabilidade agravadas por questões como inflação, desemprego e mudanças climáticas. Fontes : Jornal da USP / Inquérito sobre a situação alimentar

  • Projeto Semear Digital Une Agricultura Sustentável e Conservação da Mata Atlântica

    A Embrapa Agricultura Digital e a C3 Ambiental firmaram uma importante parceria para valorizar pequenos e médios produtores que contribuem com a preservação da Mata Atlântica. Parceria visa promover a inserção desse segmento em projetos para o mercado de carbono florestal. Créditos: Semear Digital O foco da ação está em remunerar agricultores pela conservação de matas nativas  por meio do mercado voluntário de carbono. Isso significa que os produtores participantes poderão receber uma nova fonte de renda — os créditos de carbono , certificados com base nos serviços ambientais prestados pelas áreas preservadas em suas propriedades. 📍 Contexto local e ambiental Em Lagoinha (Vale do Paraíba) , desde 2023, 13 propriedades já integram o projeto, mesmo com a fragmentação da floresta causada pela pecuária leiteira. Em Jacupiranga (Vale do Ribeira) , a ação será lançada oficialmente durante a Semana do Meio Ambiente , no dia 6 de junho. A região abriga um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica em SP e é destaque na produção de banana e palmito pupunha. Segundo Débora Drucker , pesquisadora da Embrapa, a estratégia é alinhar conservação da biodiversidade com produção agrícola por meio de soluções tecnológicas e incentivos econômicos sustentáveis. “A remuneração por serviços ambientais representa uma oportunidade real de renda aliada à conservação”, destaca. A proposta também contempla a oferta de capacitação de agentes multiplicadores. Créditos: Semear Digital. 💡 Modelo de carbono da C3 Ambiental A C3 Ambiental desenvolveu um modelo de certificação agrupada , que reduz os custos de entrada no mercado de carbono para pequenos e médios produtores. Isso é essencial, já que os custos de certificação individual, tanto no Brasil (Lei nº 15.042/2024) quanto em padrões internacionais, podem ser proibitivos. “Esses processos exigem metodologias rigorosas e auditorias independentes, o que inviabiliza a participação isolada. A certificação coletiva é a solução mais viável e inclusiva”, explica Vanessa Fuentes , diretora de operações da C3 Ambiental. 🔬 Monitoramento por DNA Ambiental O projeto também incorpora técnicas de DNA Ambiental  para mapear a biodiversidade de forma precisa e não invasiva. A partir de amostras de solo, água ou ar, é possível identificar fragmentos genéticos de espécies presentes no ambiente. Essas análises contribuem para: Indicadores de qualidade ambiental Certificação de áreas produtivas com biodiversidade conservada Futuras possibilidades de criação de créditos de biodiversidade 🌿 Por que isso importa? A Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do Brasil, preserva apenas 12,4% de sua cobertura original . E cerca de 80% dos remanescentes estão em propriedades privadas . Proteger essas áreas é vital para manter: A biodiversidade A qualidade da água e do ar O sequestro de carbono Os serviços ecossistêmicos essenciais, como polinização e regulação climática Fontes: Semear Digital | Agro em campo

  • Esalq recebe missão francesa para cooperação em bioeconomia e inovação sustentável

    No dia 12 de junho de 2025, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) recebeu uma comitiva francesa composta por representantes de renomadas instituições científicas da França. Docentes da Esalq e empresários franceses durante o Seminário French Agri Days COP 30. Crédito: Gerhard Waller O encontro teve como eixo central a discussão sobre bioeconomia tropical , um dos pilares da agricultura sustentável no século XXI, e contou com a participação do Centre National de la Recherche Scientifique  (CNRS), do Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement  (INRAE), da AgroParisTech e representantes da Embaixada da França no Brasil. A visita integra as atividades do French Agri Days COP30 , iniciativa internacional que visa conectar pesquisadores e instituições em torno de soluções sustentáveis para o clima e a produção agrícola, em preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém (PA) em 2025. 🌿Ciência e sustentabilidade Durante o evento, os participantes discutiram estratégias para o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis, com base no uso inteligente dos recursos naturais dos trópicos. A bioeconomia , neste contexto, foi abordada como uma alternativa econômica baseada na ciência, que promove a valorização da biodiversidade , a inovação biotecnológica  e a recuperação ambiental . Segundo as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a bioeconomia representa o uso de recursos biológicos renováveis — como microrganismos, resíduos agrícolas e compostos naturais — para criar produtos e serviços em setores como agricultura, energia, cosméticos e farmacêutica. Países como Alemanha e Estados Unidos já estruturam políticas nacionais nessa direção. 🤝 Parcerias em torno da bioinovação tropical A visita fortaleceu laços entre a Esalq e centros de excelência científica da França. Além da troca de experiências com pesquisadores locais, os representantes participaram de um seminário temático no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), onde conheceram as estruturas laboratoriais voltadas para microbiologia, genômica ambiental e agricultura de baixo carbono. Um dos exemplos mais recentes de aplicação prática da bioeconomia tropical na Esalq é a descoberta de microrganismos da Amazônia com alto potencial para a agricultura regenerativa e desenvolvimento de metabólitos inéditos . Esses organismos estão sendo estudados para aplicação no controle biológico de pragas e na restauração de áreas degradadas, representando a integração entre pesquisa básica, inovação e sustentabilidade. 🧪 ESALQTec e CCARBON A missão francesa também conheceu os projetos da ESALQTec, incubadora tecnológica da Esalq, que tem promovido o fomento à bioinovação , com destaque para startups voltadas à agricultura regenerativa, produção de bioinsumos e tecnologias verdes. Outro destaque recente foi a inauguração do Centro de Ciência para Agricultura Tropical Sustentável (CCARBON) , lançado no campus da Esalq em junho de 2025. A unidade visa articular esforços em bioeconomia, agricultura de baixo carbono, energias renováveis e restauração ambiental, atuando como polo de desenvolvimento científico com enfoque em políticas públicas e tecnologias aplicadas. No dia 6 de junho de 2025, foi instalado o novo núcleo administrativo do CCARBON/USP. Foto: Alexandre Queiroz 🌍 Bioeconomia e o papel do Brasil A missão e o seminário reforçaram o papel estratégico do Brasil, em especial da Esalq/USP, na construção de soluções sustentáveis para o uso do solo em regiões tropicais. Com uma das maiores biodiversidades do mundo e uma sólida base científica, o país tem condições únicas para liderar projetos que integrem conservação, inovação e segurança alimentar. A bioeconomia tropical, nesse sentido, não é apenas um conceito, mas uma prática em desenvolvimento, com projetos que combinam ciência de ponta, políticas públicas e impacto social. Fonte: Esalqnet

  • STAC recebe comitiva da Universidad Autónoma Chapingo

    Na última segunda-feira, 16 de junho de 2025, o Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC/USP) promoveu a sexta edição da Sustainable Tropical Agriculture School and Tech Tour, desta vez em parceria com a Universidad Autónoma Chapingo (UACh), do México. O evento recebeu alunos do penúltimo ano de graduação da UACh. Foto: Renan Umburanas O evento, realizado na Esalq/USP, recebeu cerca de 60 participantes e teve como objetivo fortalecer os vínculos acadêmicos entre Brasil e México, por meio da troca de experiências científicas e culturais em torno da agricultura tropical sustentável. 📍Imersão no agro tropical brasileiro A programação contou com palestras, visitas técnicas e discussões que permitiram aos estudantes e professores visitantes conhecer de perto os principais projetos de pesquisa em curso na Esalq, além de vivenciar o ambiente acadêmico da instituição. A abertura foi conduzida pelo Prof. Durval Dourado Neto, coordenador do STAC, e pelos professores Renan Caldas Umburanas (LPV - ESALQ/USP), Camacho Tapia Moisés (UACh) e Pineda Ríos José Manuel (UACh). 🔬 Palestras e experiências práticas Entre os destaques do evento estiveram as apresentações: Agricultura irrigada como estratégia de segurança alimentar , ministrada pelo Prof. Durval Dourado Neto; Controle biológico no Brasil , com os professores José Roberto Postali Parra, Ítalo Delalibera Junior e a pesquisadora Mikaela Terra Souza Barreto, no laboratório SPARCBIO; Pesquisa genética , com visita ao Laboratório Nacional Multiusuário de Proteômica, Metabolômica e Lipidômica, e ao Laboratório de Diversidade Genética e Melhoramento; Fitopatologia e Entomologia , com os professores Marcel Bellato Sposito e Raphael de Campos Castilho. Prof. Renan Caldas Umburanas (LPV - ESALQ/USP) na abertura do evento. Além das apresentações, os estudantes participaram de visitas guiadas ao campus da Esalq e ao PECEGE — parceiro em projetos de extensão e pesquisa —, encerrando o dia com um jantar de confraternização. 🤝 Cooperação internacional e extensão universitária O evento, que integra o programa de internacionalização do STAC, reafirma o compromisso da Esalq/USP com a formação de profissionais globais, conectados com os desafios da agricultura sustentável em países tropicais. A participação da UACh amplia a rede de cooperação científica, permitindo que estudantes vivenciem, na prática, os desafios e soluções aplicadas ao setor agrícola brasileiro. 🌎 Sobre o STAC O Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC) atua como um hub multidisciplinar de pesquisa e extensão dedicado à agricultura em ambientes tropicais. Desde sua criação, o centro tem promovido missões técnicas, capacitações internacionais e cooperação científica com universidades da América Latina, Europa e Ásia.

  • Macaúba avança como fonte estratégica para biodiesel no Brasil

    Segundo pesquisadores da Embrapa Agroenergia, os frutos dessa palmeira nativa possuem características excepcionais que a colocam como uma das opções mais promissoras para a produção de biodiesel sustentável. Pesquisadores trabalham para que a macaúba se torne uma cultura agrícola comercial - Foto: Nilton Junqueira A macaúba (Acrocomia aculeata)  segue ganhando protagonismo na agenda de transição energética e diversificação das matérias-primas para biocombustíveis no Brasil. Além de apresentar alta produtividade de óleo por hectare , a macaúba possui a vantagem de se adaptar a diferentes regiões e biomas brasileiros. Sua composição química, rica em ácidos graxos de cadeia longa e com boa estabilidade oxidativa, confere qualidade superior ao biodiesel, especialmente em comparação a outras matérias-primas de origem vegetal. Os estudos destacam também o desempenho energético do biodiesel de macaúba , que apresenta excelente rendimento em motores, reduzindo emissões de gases de efeito estufa. Isso reforça seu alinhamento com metas ambientais e acordos internacionais de descarbonização do setor de transportes. Outro ponto importante destacado pela pesquisa da Embrapa é o aproveitamento integral da planta: enquanto a polpa  é rica em óleo para biodiesel, o endocarpo  e a fibra  podem ser destinados à produção de bioenergia e biomateriais. Isso permite um modelo produtivo com mínimo desperdício e máximo valor agregado — princípio essencial da bioeconomia. Plantação de Macaúba - Foto: Nilton Junqueira De acordo com os pesquisadores, os sistemas agroindustriais baseados na macaúba têm alto potencial para integrar cadeias sustentáveis , inclusive com a participação da agricultura familiar, contribuindo para a geração de renda no meio rural e a recuperação de áreas degradadas. Ao lado de espécies como o babaçu e o dendê, a macaúba representa uma alternativa concreta para diversificar a matriz energética nacional com baixo impacto ambiental , especialmente em regiões de Cerrado e transição Amazônia-Cerrado. O desafio agora está na estruturação de cadeias produtivas , com investimentos em melhoramento genético, logística de colheita e processamento, além da inserção da macaúba em programas de incentivo a biocombustíveis avançados. Fonte: Portal Embrapa

  • Substrato ecológico nasce do aproveitamento da casca de coco

    Uma alternativa ecológica, funcional e acessível desenvolvida pela Embrapa para o cultivo urbano e rural O substrato “coquita” apresenta características físicas semelhantes à vermiculita. Imagem: CEAGESP Produzido a partir da casca do coco verde , um dos resíduos mais abundantes nas áreas urbanas e costeiras do Brasil, o Coquita  é um substrato orgânico que tem chamado a atenção por seu desempenho agronômico e contribuição ambiental . Desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) , o produto foi pensado tanto para horticultores urbanos  quanto para viveiros comerciais . 🌱 O que é o Coquita? O Coquita  é um substrato para a produção de mudas e plantas ornamentais, obtido a partir da trituragem e processamento das cascas de coco verde . Em sua formulação, o material passa por uma fermentação controlada  que reduz a salinidade, estabiliza o pH e promove a decomposição parcial das fibras — tornando-o adequado para uso agrícola imediato . O projeto foi descrito na Circular Técnica 226 da Embrapa  como parte de uma estratégia para o aproveitamento sustentável de resíduos orgânicos urbanos , especialmente em regiões litorâneas onde o consumo de coco é alto e a disposição dos resíduos ainda é um desafio ambiental. ♻️ Sustentabilidade no centro do projeto A casca do coco verde representa mais de 80% do peso do fruto  e pode levar anos para se decompor em aterros. Com o Coquita, esse material passa a ter destinação produtiva  e reduz o impacto ambiental. Estudos da Embrapa mostram que 100 cocos podem gerar cerca de 25 kg de substrato  pronto para uso. Além disso, o custo de produção é reduzido , tornando o produto uma alternativa viável para agricultura familiar, hortas escolares, viveiros municipais e produção urbana de alimentos.  🧪 Propriedades do Coquita como substrato Segundo os pesquisadores da Embrapa, o Coquita oferece excelente capacidade de retenção de água e porosidade adequada para aeração das raízes . Ele também apresenta: O substrato é ideal para a produção de mudas de hortaliças, flores, frutíferas e plantas ornamentais - Créditos: Embrapa pH ajustado entre 5,5 e 6,5 Baixa condutividade elétrica após tratamento Textura fibrosa, leve e homogênea Boa estabilidade estrutural ao longo do tempo 🌇 Aplicações práticas em ambiente urbano O substrato também tem sido aplicado em hortas comunitárias e escolares , projetos de agricultura urbana  e até em telhados verdes , como destaca o documento técnico “Aproveitamento da casca de coco verde em projetos urbanos”, da Embrapa Agroindústria Tropical. Um dos grandes diferenciais é sua versatilidade : o produto pode ser usado puro ou misturado a compostos orgânicos e esterco curtido, adaptando-se à realidade de pequenos produtores e jardins caseiros. 📚 Saiba mais 🔗 Prosa Rural 🌐 EMBRAPA

  • Silvicultura brasileira: tecnologia e sustentabilidade para atender demanda global

    Setor florestal ganha relevância e se consolida como parte estratégica da bioeconomia nacional Silvicultura brasileira ganha força com apoio de tecnologia e rastreabilidade. Créditos: CNA Brasil A silvicultura brasileira vive um novo ciclo de crescimento. Durante a Agrishow 2025 , especialistas e representantes do setor destacaram como os avanços tecnológicos em manejo florestal, rastreabilidade e automação  estão ajudando o Brasil a se posicionar como um dos principais fornecedores mundiais de madeira de origem plantada, com foco em sustentabilidade e eficiência. Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) , o Brasil é o segundo maior exportador mundial de produtos florestais — atrás apenas dos Estados Unidos — e possui 10,7 milhões de hectares de florestas plantadas , utilizadas em setores como celulose, papel, energia e construção civil. 🔍 Avanços no setor florestal 1. Monitoramento por sensoriamento remoto Tecnologias de drones e imagens de satélite vêm sendo utilizadas para prever produtividade , acompanhar o crescimento das árvores e prevenir doenças, otimizando a colheita e reduzindo perdas. 2. Rastreabilidade e certificações ambientais Empresas estão adotando sistemas digitais de rastreamento para garantir que a madeira comercializada seja proveniente de áreas plantadas certificadas, atendendo exigências de mercados internacionais, sobretudo Europa e Ásia. 3. Mecanização e inteligência artificial Equipamentos de colheita estão cada vez mais adaptados a terrenos acidentados e a diferentes espécies florestais. Já softwares com uso de IA  ajudam a modelar cenários e identificar o momento mais adequado para o corte, com base em variáveis climáticas e econômicas. 📈 Expansão em bioeconomia O crescimento do setor também responde à transição para materiais renováveis . O uso de madeira como insumo para biocombustíveis, bioplásticos e produtos de alto valor agregado (como fibras têxteis e embalagens compostáveis) tem ganhado espaço, integrando a cadeia de bioeconomia brasileira. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex)  estima que o país pode expandir a área plantada em até 40% nos próximos anos, desde que com responsabilidade ambiental. Atualmente, só 1% do território brasileiro é ocupado por florestas plantadas  — e 70% da madeira consumida no país provém desse tipo de manejo. 🌎 Conexão com metas globais A silvicultura também se mostra estratégica no cumprimento de metas climáticas. Além de gerar créditos de carbono , as florestas plantadas contribuem para o sequestro de carbono, recuperação de áreas degradadas e preservação de recursos hídricos. Durante a Agrishow, especialistas destacaram que o setor já gera mais de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos  e é responsável por 3,4% do PIB industrial brasileiro , segundo levantamento da Ibá. Fonte: G1

  • Prêmio Carlos Florence 2025 destaca inovação em fertilizantes e valoriza produção acadêmica

    Promovido pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), o prêmio é voltado para estudantes de graduação, pós-graduação e pós-doutorado que desenvolvem pesquisas com foco em fertilizantes e inovação na agricultura. A edição 2025 do Prêmio Carlos Florence (PCF) está com inscrições abertas. Créditos: ANDA Com premiação de R$ 15 mil , o PCF reconhece trabalhos acadêmicos que promovam soluções sustentáveis para o manejo do solo , o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias ou a gestão eficiente de fertilizantes. A entrega do prêmio acontecerá durante o 12º Congresso Nacional de Fertilizantes , marcado para o dia 2 de setembro de 2025 , em São Paulo. Inscrições e critérios de avaliação As inscrições seguem até o dia 19 de julho de 2025 , por meio do site oficial da ANDA:🔗 www.anda.org.br Podem concorrer artigos, ensaios, monografias, dissertações e teses  com no mínimo 15 páginas. O trabalho deve estar escrito em português e seguir rigorosamente os critérios do edital. Os eixos temáticos contemplados incluem: Tratamento e uso do solo Inovação ou desenvolvimento de produtos Tecnologias de aplicação de fertilizantes Temas ligados ao movimento internacional Nutrientes para a Vida A Comissão Julgadora , composta por especialistas indicados pelo Conselho Curador da ANDA, avaliará os trabalhos com base em três critérios principais: Inovação (40%) Viabilidade e impacto no mercado (40%) Objetividade e clareza (20%) Uma vitrine para o conhecimento Além da recompensa financeira, o PCF poderá proporcionar ao vencedor bolsa de estudos no exterior, viagens técnicas internacionais ou participação em congressos científicos internacionais . Os custos de deslocamento e hospedagem para a cerimônia de premiação serão cobertos pela organização, no caso de o premiado residir fora de São Paulo. O PCF também contribui diretamente para a formação de redes entre a academia, empresas e instituições do setor agrícola, ajudando a fortalecer a pesquisa aplicada à nutrição de plantas, segurança alimentar e sustentabilidade ambiental . Carlos Florence e o legado da ANDA Criado em homenagem ao engenheiro agrônomo Carlos Florence , pioneiro nos estudos sobre adubação no Brasil, o prêmio reafirma o compromisso da ANDA com a formação científica e o avanço da inovação em fertilizantes  — setor estratégico para a produtividade e resiliência do agronegócio nacional. Com mais de sete décadas de atuação, a ANDA lidera debates, ações de capacitação e desenvolvimento tecnológico , como o Congresso Nacional de Fertilizantes , evento que reunirá grandes nomes da pesquisa e da indústria em setembro. Fonte: Congresso Brasileiro de Fertilizantes - Anda

  • Embrapa mapeia regiões com maior potencial agrícola no Brasil

    Estudo desenvolvido pela Embrapa apresenta um retrato detalhado da aptidão agrícola das terras brasileiras, destacando onde estão localizadas as áreas com maior potencial para a produção sustentável de alimentos. Mapa de Aptidão Agrícola. Fonte: Geoinfo O levantamento é fruto da atualização do sistema de avaliação de aptidão agrícola das terras do país, que agora conta com uma base de dados mais refinada e acessível ao público por meio da plataforma GeoInfo. O novo mapeamento combina informações sobre relevo, solo e clima, e revela que o Brasil possui aproximadamente 49% de seu território com algum nível de aptidão para agricultura mecanizada , seja ela de uso restrito ou moderado. Dentre essas áreas, o maior destaque vai para o bioma Cerrado , que concentra uma expressiva parte das terras mais indicadas para a expansão da produção com menor limitação técnica. 🔍 Onde estão as melhores terras? Segundo o novo mapa, os estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão, Pará, Bahia e parte de Minas Gerais  possuem as maiores extensões de terras classificadas como aptas para uso agrícola mecanizado. A nova classificação inclui seis categorias principais de uso e subdivisões em tipos de limitação (climática, física e química), o que permite uma análise precisa para planejamento agrícola, definição de políticas públicas e investimentos sustentáveis no setor. “O sistema anterior, que vinha sendo utilizado desde os anos 1980, precisava ser modernizado. Agora, temos uma abordagem mais integrada, com tecnologias geoespaciais e critérios atualizados”, explicou o pesquisador Luiz Maurício da Silva , da Embrapa Solos, responsável técnico pelo projeto. 🌎 Plataforma GeoInfo: acesso livre e gratuito O novo sistema está disponível no portal GeoInfo  da Embrapa, uma plataforma pública que reúne mapas interativos, bancos de dados geográficos e documentos técnicos sobre solos, uso da terra e outros recursos naturais do Brasil. A ferramenta permite que pesquisadores, gestores públicos, agricultores e investidores consultem informações específicas por estado, município ou bacia hidrográfica, podendo até exportar os dados para sistemas de informação geográfica (SIG). Um dos objetivos centrais da iniciativa é democratizar o acesso a informações estratégicas para o planejamento territorial  e promover o uso sustentável do solo. 🌿 Agricultura sustentável e segurança alimentar A avaliação da aptidão agrícola é considerada essencial para garantir a expansão sustentável da produção de alimentos  no Brasil. Ao identificar quais regiões são mais adequadas para cultivo, é possível evitar a conversão de áreas frágeis, como florestas ou regiões suscetíveis à erosão, além de orientar práticas que respeitem os limites naturais do território. “A agricultura brasileira já ocupa áreas amplas, mas esse estudo mostra que há margem para expansão com base científica, especialmente se priorizarmos a recuperação de áreas já alteradas e o uso responsável dos recursos naturais”, completou Silva. 🔗 Acesse o mapa O novo sistema de aptidão agrícola das terras brasileiras pode ser consultado diretamente na plataforma GeoInfo da Embrapa:🔗 geoinfo.dados.embrapa.br Fonte: Globo Rural

  • Parceria comercial quer levar internet a mais de 2 milhões de hectares do agro brasileiro

    A empresa de tecnologia Virtueyes, especializada em Internet das Coisas (IoT), firmou uma parceria estratégica com a multinacional chinesa Huawei para ampliar a cobertura de internet em regiões rurais do país. Parceria prevê a instalação de mais de 100 torres de sinal de internet. Créditos: ChatGPT A meta é ambiciosa: instalar mais de 100 torres de redes privativas 4G  até o final de 2025, conectando mais de 2 milhões de hectares  produtivos — especialmente nas áreas críticas de conectividade, como o Matopiba  (Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia). Segundo Shandrus Carvalho , vice-presidente da Virtueyes, a presença de “ desertos digitais ” no agro ainda compromete não só a operação, mas também a eficiência da gestão, do planejamento e da tomada de decisões em tempo real . Ao oferecer uma solução robusta e de alta performance, a empresa busca eliminar esse gargalo que, segundo o executivo, tem limitado o potencial tecnológico de diversas fazendas de médio e grande porte. A tecnologia de redes privativas da Huawei , com maior amplitude de cobertura e menor latência, será essencial para viabilizar o uso de sensores, telemetria, estações meteorológicas conectadas, drones agrícolas e até máquinas autônomas — cuja operação depende de conectividade estável. "A segurança dos dados e a baixa latência são diferenciais essenciais para o avanço da agricultura de precisão." - Carlos Roseiro, diretor da Huawei. 🌐 Agricultura inteligente começa com conexão estável A Virtueyes foi recentemente autorizada pela Anatel a operar como rede móvel virtual (MVNO) , e está investindo R$ 40 milhões  para expandir sua atuação no agro, dos quais R$ 10 milhões são dedicados exclusivamente à infraestrutura rural . Além das torres fixas, a empresa está desenvolvendo torres móveis acopladas em carretas , permitindo que regiões de difícil acesso também recebam sinal, de forma ágil e flexível. Embora o foco inicial esteja no Matopiba, a empresa já tem projetos em andamento em Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Paraná , estados que concentram uma parcela relevante da produção agrícola nacional. 📊 Dados reforçam a demanda O avanço da Virtueyes e Huawei se dá em um momento estratégico. De acordo com o Indicador de Conectividade Rural (ICR) , divulgado na Agrishow 2025 pela ConectarAGRO e UFV, apenas 33,9% das áreas rurais brasileiras possuem cobertura de 4G/5G , embora o número tenha saltado de 18,7% em apenas um ano. Apesar do crescimento, dois terços do campo ainda vivem à margem da inclusão digital , o que afeta diretamente a adoção de tecnologias como agricultura de precisão, sensoriamento remoto e máquinas conectadas . Empresas como John Deere  e Starlink  também têm apostado em soluções complementares: a primeira, integrando conectividade em seus equipamentos e firmando parcerias com bancos como o Bradesco para financiar a inclusão tecnológica no campo; a segunda, oferecendo internet via satélite com planos acessíveis para pequenos e médios produtores , especialmente em regiões sem estrutura para torres. 🚜 Produzir com dados, decidir com inteligência A crescente demanda por eficiência, rastreabilidade e sustentabilidade no agro  faz com que conectividade não seja mais um luxo, mas um requisito básico para competitividade . Grandes produtores de soja, milho e algodão — segmentos com margens cada vez mais apertadas — já compreenderam que a gestão inteligente de dados impulsiona os resultados . A conectividade rural está deixando de ser promessa e se tornando infraestrutura essencial para o futuro da produção agrícola brasileira . Iniciativas como a da Virtueyes e Huawei não apenas ajudam a preencher os vazios de sinal, mas criam as bases para um agro mais eficiente, sustentável e competitivo . Fonte: Globo Rural

  • SciBiz Conference 2025

    De 16 a 18 de junho, o SciBiz Conference transforma o Campus Cidade Universitária da USP, em São Paulo, em um hub de conexões entre ciência, inovação, empreendedorismo e impacto socioambiental. SciBiz Conference 2025. Créditos: AUSPIN O evento reunirá startups, pesquisadores, executivos, investidores e estudantes  para dialogar sobre soluções tecnológicas voltadas à urgência climática, transição energética e sustentabilidade  — temas centrais da edição deste ano. A conferência, que ocorre nas instalações do CDI/USP , tem como pano de fundo a aproximação da COP-30  e reafirma o papel da ciência na geração de startups DeepTech  com potencial de transformar setores como meio ambiente, saúde, engenharia e energia . 💡 Por que participar? O SciBiz Conference é uma das principais vitrines de inovação universitária e empresarial do país , atuando como um ponto de encontro entre conhecimento acadêmico e soluções que respondem às demandas urgentes da sociedade. 🌍 Painéis em Destaque No dia 16 de junho (segunda-feira) , dois painéis principais mostrarão casos concretos de inovação aplicada , com participação de centros de pesquisa de excelência e startups de alto impacto: 🧪 Painel 01 – Saúde e Meio Ambiente ⏰ Das 13h30 às 15h15 EMBRAPII – Biocontroladores de Pragas Agrícolas 👨‍🔬 Prof. Ítalo Delalibera 🚀 Startup: Biogenesis – Jeferson Klein CPA – SparcBIO 👨‍🔬 Prof. José Parra 🚀 Startup: Koppert CEPID – Genoma 👩‍🔬 Profa. Mayana Zatz 🚀 Startups: Vyro Bio e XenoBR – Ernesto Goulart 🎤 Moderação: Kelly Lira ⚙️ Painel 02 – Engenharia ⏰ Das 15h45 às 17h30 EMBRAPII – CICS 👨‍🔬 Prof. Vanderley John 🚀 Startup: CIVITA – Thiago Melo CPA – RCGI 👨‍🔬 Ruy Rede 🚀 Startup: Carbonic – Pedro Vidinha CEPID – CePOF 👨‍🔬 Prof. Jarbas Castro Neto 🚀 Startup: EMIpharma – Ana Paula 🎤 Moderação: Kelly Lira 🗣️ Todos os painéis contarão com interação da plateia  — uma oportunidade única para conectar ideias e formar parcerias estratégicas . 🎟️ Inscrições abertas 🔗 Garanta sua vaga aqui 📍 Serviço 📅 Data:  16 a 18 de junho de 2025 📌 Local:  Centro de Difusão Internacional da USP (CDI USP) 📍 Endereço:  Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues – Campus Cidade Universitária, Butantã – São Paulo (SP) 📲 Acompanhe as novidades sobre inovação e empreendedorismo com a Agência USP de Inovação (AUSPIN)  em https://linktr.ee/AUSPIN

  • Diversidade e Sustentabilidade: USP inaugura centro dedicado à preservação das línguas e culturas indígenas

    O Brasil figura entre os países mais multilíngues do planeta, abrigando hoje 274 línguas indígenas que representam “bibliotecas vivas” de saberes sobre o território, a natureza e as práticas culturais dos povos originários. O Centro de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas será coordenado pelo Museu da Língua Portuguesa e pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da USP - Créditos: Mongabay Brasil A iniciativa tem como missão central preservar, documentar e difundir a diversidade linguística e os saberes tradicionais dos povos indígenas brasileiros — muitas delas em risco de desaparecer. A cerimônia de inauguração foi realizada no auditório do Museu da Língua Portuguesa, com a presença de autoridades, pesquisadores e lideranças indígenas. Durante o evento, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara , destacou a importância simbólica e prática do centro: “Cada língua indígena é uma biblioteca viva, uma cosmovisão. Esse centro nasce como resistência e reexistência, como semente que vai germinar conhecimento, políticas públicas e reconhecimento.” O centro pretende atuar em estreita colaboração com as comunidades originárias , promovendo a inclusão de especialistas indígenas nas pesquisas e respeitando seus conhecimentos tradicionais. 🌎 Expansão da rede de centros e a internacionalização do conhecimento A criação do Centro de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas se soma a uma série de novos centros interdisciplinares  instituídos pela USP com apoio da Fapesp, voltados para temas da agenda global , como mudanças climáticas, sustentabilidade e inclusão sociocultural. A cerimônia de lançamento do Centro de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas aconteceu no dia 20 de maio, no Museu da Língua Portuguesa – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens Segundo o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior , esses novos centros representam a evolução da universidade para além da ciência tradicional: “Estamos ampliando o papel da USP como uma universidade que dialoga com diferentes saberes, culturas e territórios. A parceria com comunidades indígenas e instituições internacionais é parte essencial para construirmos um modelo de pesquisa comprometido com a transformação social.” 📚 Educação, ciência e reconhecimento O novo centro não será apenas um repositório linguístico e cultural, mas atuará também como ferramenta educacional , contribuindo para a criação de materiais pedagógicos bilíngues , formação de professores, políticas públicas e ações voltadas ao reconhecimento dos direitos linguísticos e culturais dos povos originários . 🌾Linguagem e Agricultura As línguas indígenas armazenam conhecimentos milenares sobre cultivo, coleta e manejo de ecossistemas tropicais — saberes fundamentais para a agroecologia e a segurança alimentar: Práticas sustentáveis : em várias regiões das Américas, comunidades indígenas mantêm sistemas agrícolas adaptados localmente, preservando solos, nutrientes e biodiversidade. Transmissão oral : termos específicos para plantas, solos, ciclos hidrológicos e de polinização revelam uma “taxonomia ecológica” própria, essencial para projetos de agricultura regenerativa. Resiliência climática : o conhecimento linguístico integra as estratégias de manejo de água e solo que ajudam populações tradicionais a enfrentar secas e inundações. 🔍 Agenda global Com o lançamento de centros voltados à biodiversidade, agricultura sustentável, energias renováveis, e agora à diversidade linguística e cultural, a USP se firma como um referencial acadêmico plural, interdisciplinar e internacionalizado . As novas unidades de pesquisa são a expressão do compromisso da universidade com iniciativas que entrelaçam ciência, tradição e justiça social . Fonte: Jornal da USP

  • Unilever lança programa de agricultura regenerativa para produção de soja no Cerrado

    Em parceria com a CJ Selecta, a empresa lançou o programa Renova Terra, uma iniciativa que pretende converter até 45 mil hectares de soja no Cerrado brasileiro para práticas de agricultura regenerativa. A Unilever pretende implementar a agricultura regenerativa em 1 milhão de hectares no mundo até 2030. Créditos: Portal do Agronegócio A marca Hellmann’s, referência global em condimentos, deu um passo importante rumo à sustentabilidade agrícola . Com investimento de € 5,5 milhões , o programa tem como objetivo abastecer entre 70% e 90% da demanda de óleo de soja utilizado pela Hellmann’s no Brasil  a partir de cadeias produtivas regenerativas, alinhadas às diretrizes de conservação do solo, sequestro de carbono e preservação da biodiversidade. 🔁 O que é agricultura regenerativa? Segundo a definição do IUCN (International Union for Conservation of Nature), a agricultura regenerativa é um conjunto de práticas agrícolas que restauram ecossistemas degradados , aumentando a fertilidade do solo, a biodiversidade e o sequestro de carbono atmosférico. Entre as técnicas mais comuns estão: Plantio direto  (sem revolvimento do solo); Cobertura vegetal contínua ; Rotação de culturas ; Integração lavoura-pecuária ; Redução de insumos químicos . Essas práticas não apenas melhoram a saúde do solo , mas também oferecem benefícios econômicos e climáticos para os produtores e a sociedade. 📊 Evidências científicas do impacto regenerativo Estudos recentes reforçam os efeitos positivos da agricultura regenerativa: Uma revisão de Villat & Nicholas (2024), da Regenerative Viticulture Foundation , mostrou que o uso combinado de práticas como plantio direto e cobertura de solo  pode aumentar significativamente o estoque de carbono no solo , especialmente em áreas agrícolas degradadas. A meta-análise de Smith et al. (2023), publicada na Agriculture, Ecosystems & Environment , identificou que sistemas regenerativos mitigam perdas de carbono e promovem maior estabilidade climática no longo prazo , em comparação com métodos convencionais. Já a modelagem espacial do estudo de Doe et al. (2022), em áreas rurais dos EUA, apontou que a transição para práticas regenerativas pode triplicar o potencial de sequestro de carbono em solos agrícolas , contribuindo de forma relevante para metas climáticas. “A crise ambiental está aí. O meio ambiente está pedindo, e a gente precisa atuar. Essa é uma maneira de garantirmos alimento para o futuro”, disse Rodrigo Visentini, presidente da Unilever Alimentos no Brasil. 🚜 Região-alvo e parcerias técnicas O projeto Renova Terra será lançado oficialmente em Uberlândia (MG)  e deverá envolver cerca de 45 produtores  das regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Noroeste de Minas e Sudoeste Goiano , onde a CJ Selecta  concentra suas operações. A empresa, com fábrica em Araguari (MG) , processa soja para produzir concentrado proteico (SPC), óleo refinado, lecitina, etanol de soja e fertilizantes organominerais . “Além de reduzir custos logísticos, fomentar a produção local diminui as emissões associadas ao transporte”, destaca Patrícia Regina Campos Sugui , gerente de ESG da CJ Selecta. O programa contará com o suporte técnico da organização TechnoServe , parceira global da Unilever, responsável por implementar o modelo regenerativo junto aos produtores. Cada participante terá acompanhamento técnico personalizado, apoio financeiro para transição das práticas agrícolas  e acompanhamento contínuo por cinco anos. 🌍 Alinhamento com metas globais O investimento no Cerrado brasileiro integra a meta da Unilever de implementar agricultura regenerativa em 1 milhão de hectares até 2030 , como parte do compromisso corporativo com clima, solo e segurança alimentar . Além disso, a iniciativa fortalece a transição da indústria alimentícia para cadeias de valor mais sustentáveis e transparentes, posicionando o Brasil como protagonista no fornecimento de insumos regenerativos para marcas globais . Fonte: Globo Rural

  • Natureza e nanotecnologia: caminhos convergentes para aumentar a segurança alimentar

    Com os desafios globais da produção de alimentos em um planeta sob estresse climático, estratégias que integram tecnologia e conservação da natureza têm ganhado destaque entre pesquisadores e formuladores de políticas. Tecnologias de nanoengenharia podem potencializar processos naturais. Créditos: mitrascs Uma dessas estratégias é a combinação entre nanotecnologia e Soluções Baseadas na Natureza (SbN)  — abordagem que tem mostrado resultados promissores em aumentar a resiliência agrícola e mitigar impactos ambientais . 🍃 O que são Soluções Baseadas na Natureza? De acordo com a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) , as SbN são ações que buscam proteger, restaurar e gerenciar de forma sustentável os ecossistemas naturais ou modificados , enfrentando desafios sociais como a insegurança alimentar, mudanças climáticas e perda de biodiversidade. Na agricultura, isso se traduz em práticas como o uso de microrganismos benéficos do solo , substituição de pesticidas químicos por compostos botânicos ou inimigos naturais , e técnicas de reflorestamento associadas à restauração ecológica . 🧪 Nanotecnologia aliada à agricultura sustentável Em paralelo, a ciência dos materiais  tem oferecido ferramentas de apoio para maximizar os efeitos positivos das SbN. Um exemplo é o uso de nanopartículas biodegradáveis , como as feitas de quitosana  — um polímero natural obtido da quitina (encontrada no exoesqueleto de crustáceos e fungos). Essas partículas podem ser usadas para encapsular compostos bioativos , como o óxido nítrico (NO)  ou ácido giberélico , que regulam o crescimento vegetal, promovem o desenvolvimento de raízes e aumentam a tolerância das plantas a condições de estresse hídrico (como a seca). Soluções Baseadas na Natureza promovem a resiliência dos ecossistemas, restabelecem o equilíbrio ambiental e mitigam os impactos das mudanças climáticas. Créditos: ChatGPT 🔬 Aplicações práticas: do laboratório ao campo No Brasil, projetos como o RESTORE , parceria entre instituições do país, França e Alemanha, têm isolado microrganismos do solo em florestas nativas , para testá-los como promotores de crescimento vegetal em mudas de espécies arbóreas. Os resultados demonstraram maior desenvolvimento das plantas e aumento da capacidade de sequestro de carbono , com destaque para a resistência à seca . Enquanto isso, o uso de nanotecnologia vem sendo testado em estufas e viveiros , com objetivo de avançar para a produção em larga escala  de inoculantes e biomateriais aplicáveis à agricultura comercial. 🌍 Um passo para a segurança alimentar global A combinação de SbN e nanotecnologia pode ser estratégica para promover práticas agrícolas resilientes, com menor uso de insumos sintéticos e maior adaptação climática . Segundo uma revisão sistemática publicada na PubMed , o uso dessas soluções tem se mostrado eficaz em melhorar diferentes dimensões da segurança alimentar: desde a disponibilidade e qualidade de alimentos , até a redução de riscos associados à produção agrícola . Apesar dos avanços, ainda há barreiras à adoção dessas tecnologias em comunidades mais vulneráveis , segundo análise publicada pela Phys.org . Investimentos em políticas públicas, capacitação e popularização dessas abordagens são fundamentais para ampliar seu impacto. Fontes: GGN / Phys.org / PUBMED

  • 🌾 Pesquisadores brasileiros desenvolvem sistema de controle biológico em grânulos para aplicação direta no solo

    Uma equipe formada por cientistas da Embrapa , UNESP , UFSCar  e USP  desenvolveu uma nova formulação de controle biológico com potencial para facilitar o uso de microrganismos no combate a fungos patogênicos na agricultura. Os pesquisadores utilizaram a farinha de arroz como substrato do experimento, um subproduto muitas vezes desperdiçado na indústria. Fonte: Meteored O estudo foi publicado na revista científica Applied Microbiology and Biotechnology , sob o título Innovative sustainable bioreactor-in-a-granule formulation of Trichoderma asperelloides , e destaca o uso de resíduos agroindustriais como matéria-prima , como a farinha de arroz quebrado  — subproduto da cadeia do arroz frequentemente desperdiçado — na produção da formulação. O sistema é baseado em um conceito chamado de “biorreator em um grânulo” , onde fungos benéficos como o Trichoderma asperelloides  são encapsulados em pequenos grânulos secos , prontos para serem aplicados diretamente ao solo. ⚙️ Como funciona o grânulo? Cada grânulo funciona como uma “minifábrica” natural  que, ao entrar em contato com o solo e a umidade, reativa o fungo encapsulado , iniciando sua multiplicação e o controle de pragas como o Sclerotinia sclerotiorum , causador do mofo branco em várias culturas. Crescimento de Trichoderma em substrato de arroz. Fonte: Meteored Esse sistema elimina a necessidade de extração e purificação dos esporos do fungo, processo comum na produção de bioinsumos, reduzindo custos e simplificando a logística de produção . Além disso, os compostos bioativos produzidos durante a fermentação permanecem ativos no grânulo , aumentando sua eficácia no controle biológico. 🔬 Benefícios e características da nova formulação Matéria-prima reaproveitada : uso de arroz quebrado, contribuindo para a redução de desperdícios na indústria de alimentos. Alta estabilidade : os grânulos mantêm sua viabilidade por até 24 meses , mesmo sob refrigeração. Liberação gradual do microrganismo , o que prolonga a ação no campo . Fácil manuseio e aplicação : não requer equipamentos específicos ou técnicas complicadas. Redução do uso de fungicidas químicos , favorecendo a transição para uma agricultura mais limpa. Ingredientes testados incluem bentonita  (argila) e compostos orgânicos que favorecem a sobrevivência do fungo. 🌱 Agricultura regenerativa e uso racional de recursos O sistema tem aplicabilidade em práticas agroecológicas e produção orgânica , onde o uso de microrganismos já é valorizado, mas esbarrava em limitações logísticas e de custo. Ao utilizar materiais alternativos e abundantes, como subprodutos da cadeia do arroz, a nova abordagem contribui para uma agricultura mais acessível, autônoma e ambientalmente responsável . Para o Brasil — um dos maiores produtores agrícolas do mundo — tecnologias desse tipo ampliam o acesso ao controle biológico de forma prática e economicamente viável , com impactos positivos sobre o manejo de doenças e a sustentabilidade dos sistemas de produção . Fontes: Applied Microbiology and Biotechnology / Meteored

  • ICVCalc-Embrapa: ferramenta promove sistematização de dados e facilita avaliação ambiental da agricultura

    Batizada de ICVCalc-Embrapa, a plataforma organiza, processa e interpreta dados sobre consumo de recursos e emissões, auxiliando na construção de inventários ambientais compatíveis com padrões internacionais. Sistema organiza e processa dados para se estimar impactos ambientais de produtos do campo, pela abordagem da Avaliação do Ciclo de Vida. Créditos: Embrapa A Embrapa Meio Ambiente  lançou uma ferramenta digital que promete revolucionar a forma como os produtores rurais e pesquisadores avaliam o impacto ambiental da produção agrícola no Brasil . “Ela pode servir como ferramenta para gestão ambiental de empreendimentos agrícolas, concorrendo para o aumento da sustentabilidade da agricultura brasileira”, explica a pesquisadora Marília Folegatti , uma das idealizadoras da iniciativa. 🌍 O que é a ICVCalc-Embrapa? A ICVCalc é um sistema online que automatiza uma das etapas mais complexas da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) : a análise de inventário , que envolve a coleta e organização de dados sobre: Consumo de insumos (água, energia, fertilizantes); Emissões de gases de efeito estufa (GEE); Resíduos sólidos e líquidos gerados; Subprodutos e coprodutos das atividades agrícolas. Esses dados são inseridos de forma padronizada em planilhas específicas , permitindo a geração de relatórios técnicos que podem ser exportados em formato CSV , compatíveis com o banco de dados ecoinvent , principal referência mundial em ACV. 🌾 Aplicações práticas e impacto no agronegócio A ferramenta é adaptada para diversas culturas — temporárias, semiperenes e perenes — e atende demandas reais do campo, como: Acesso a mercados de carbono ; Cumprimento de normas ambientais ; Elaboração de planos de mitigação de impactos ambientais ; Gestão sustentável  de propriedades e cadeias produtivas. A plataforma também está sendo apontada como uma importante aliada na formulação de políticas públicas  e no planejamento estratégico de empresas agroindustriais  que buscam aliar produtividade e responsabilidade ambiental. 📊 Por que essa inovação é importante? Com a intensificação das pressões por uma agricultura mais limpa e eficiente, ferramentas como a ICVCalc contribuem para: Aumentar a competitividade do agro brasileiro  no mercado internacional; Tornar a sustentabilidade mensurável e auditável ; Fortalecer a reputação ambiental  de marcas e produtores; Facilitar o acesso ao financiamento verde  e certificações socioambientais. Além disso, ela democratiza o uso de tecnologias de avaliação ambiental, antes restritas a especialistas com acesso a softwares caros e complexos. 🔬 Pesquisa aplicada para resultados reais O desenvolvimento da ICVCalc-Embrapa foi conduzido por uma equipe multidisciplinar da Embrapa Meio Ambiente, com foco na criação de soluções práticas, acessíveis e alinhadas à realidade do agricultor brasileiro . Segundo a equipe, a meta é estimular o uso da Avaliação do Ciclo de Vida no campo , promovendo uma transição mais inteligente e sustentável da produção agrícola. “Com a ICVCalc, o produtor pode entender melhor o impacto da sua atividade e tomar decisões baseadas em dados, contribuindo para um agro mais verde e competitivo”, destaca Folegatti. Para o setor pecuário, a Embrapa também está finalizando uma ferramenta específica: a Calculadora de Pegada de Carbono da Pecuária , desenvolvida em conjunto pelas unidades Pecuária Sudeste, Gado de Corte e Meio Ambiente . Fonte: Portal Embrapa / Canal Rural

  • Mariangela Hungria é premiada com o Nobel da Agricultura

    Engenheira agrônoma e pesquisadora da Embrapa, foi agraciada com o Prêmio Mundial da Alimentação 2025, conhecido como o “Nobel da Agricultura”, por sua contribuição extraordinária ao desenvolvimento de insumos biológicos que transformaram a produtividade agrícola no Brasil. Aos 67 anos, Mariangela tornou-se a quarta brasileira a conquistar o prêmio desde sua criação, em 1986. - Créditos: BBC A cerimônia de premiação foi realizada em Des Moines, Iowa (EUA) , sede da organização internacional World Food Prize Foundation. “Foram mais de 40 anos acreditando que os biológicos seriam uma solução real e eficiente para a agricultura. Persistência foi o diferencial”, declarou Mariangela à BBC Brasil. 🌱 Inovação com base na natureza: os bioinsumos Ao longo de sua carreira, Mariangela liderou pesquisas que criaram tratamentos biológicos para sementes , com base em bactérias benéficas do solo — os chamados inoculantes . Seu foco principal foi a promoção da fixação biológica de nitrogênio (FBN) , processo que utiliza bactérias para converter o nitrogênio do ar em uma forma que as plantas conseguem absorver, dispensando o uso de fertilizantes químicos. Essas tecnologias foram aplicadas com grande sucesso em culturas de soja, feijão e milho , elevando a produtividade em até 8% e reduzindo drasticamente a emissão de gases de efeito estufa . Estima-se que os bioinsumos desenvolvidos por Hungria já tenham sido utilizados em mais de 40 milhões de hectares no Brasil , economizando até US$ 25 bilhões por ano  em fertilizantes e evitando a emissão de 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalente  anualmente. 🔬 Pioneirismo científico e impacto global Considerada a “ mãe da microbiologia agrícola brasileira ”, Mariangela Hungria tem mais de 500 publicações científicas  e foi responsável por lançar o primeiro manual em português sobre microbiologia do solo nos trópicos . Também foi pioneira no uso de Azospirillum brasilense , uma bactéria que, em combinação com rizóbios, dobrou a produtividade de leguminosas  como soja e feijão. “Sem essas bactérias, a soja brasileira não seria economicamente viável”, destaca a pesquisadora. Com isso, o Brasil tornou-se o maior produtor e exportador de soja do mundo , utilizando tecnologia limpa e acessível, com produção nacional de insumos biológicos — um diferencial ainda mais estratégico após as restrições de fornecimento global causadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. 👩‍🔬 Uma trajetória de superação e paixão pela ciência Natural de Itapetininga (SP) , Mariangela se encantou pela ciência ainda criança, incentivada pela avó, professora de ciências. Graduou-se em Engenharia Agronômica na Esalq/USP , onde consolidou seu interesse pela microbiologia do solo. Realizou mestrado, doutorado e pós-doutorado  em instituições nos Estados Unidos e Espanha. Atualmente, é professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) , bolsista de produtividade do CNPq , membro da Academia Brasileira de Ciências  e comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico . Apesar do reconhecimento, Mariangela relembra os desafios que enfrentou como mulher, mãe e pesquisadora. “Enfrentei preconceitos por ser mãe jovem e por ter uma filha com necessidades especiais, mas nunca deixei de acreditar no impacto da ciência”, afirma. 🌍 Uma agricultura mais feminina e sustentável Para Mariangela, a agricultura do futuro será feminina  — baseada no cuidado com o solo, o meio ambiente e as pessoas. Ela acredita que o Brasil está à frente no uso de bioinsumos, mas ainda tem espaço para crescer: atualmente, esses produtos representam apenas 10% do mercado de fertilizantes  no país. “Produzimos alimento para quase 1 bilhão de pessoas, mas ainda convivemos com a insegurança alimentar. Produzir mais é importante, mas distribuir melhor e de forma sustentável é o verdadeiro desafio”, conclui. 🏆 O Prêmio Mundial da Alimentação Criado pelo cientista Norman Borlaug, Nobel da Paz de 1970 e pai da Revolução Verde, o World Food Prize  reconhece pessoas que promovem soluções para combater a fome e melhorar a qualidade da produção de alimentos. Mariangela junta-se agora a nomes como Edson Lobato, Alysson Paolinelli e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , únicos brasileiros laureados anteriormente. Fontes: BBC / DW

  • GES e STAC promovem workshop internacional com alunos da China Agricultural University sobre agricultura

    No dia 3 de abril de 2025 aconteceu o “Workshop About Agricultural Research – CAU-USP Joint College”, um evento de extensão que uniu ciência, cultura e internacionalização em torno de um tema central: a pesquisa agrícola no contexto global. Alunos da CAU e do GES, participantes do Workshop. Créditos: Renan Umburanas A atividade foi conduzida integralmente em inglês  e contou com a participação de 50 pessoas , entre estudantes, professores e membros da comunidade acadêmica. O workshop foi protagonizado por alunos da China Agricultural University (CAU) , que atualmente realizam dupla titulação de mestrado na Esalq/USP  como parte da parceria institucional entre as duas universidades. A iniciativa contou com o apoio do Grupo de Extensão em Soja , que coordenou a organização do encontro. 🌾 Pesquisa agrícola sob perspectivas internacionais Durante o evento, os alunos chineses apresentaram os projetos de pesquisa em agricultura  que vêm desenvolvendo durante seu mestrado no Brasil, abordando temas como: Sistemas de cultivo sustentável; Manejo de solos tropicais; Inovação tecnológica na produção de grãos; Desafios comuns entre Brasil e China em segurança alimentar e uso de recursos naturais. As apresentações também foram oportunidades para os participantes da Esalq conhecerem as estruturas de pesquisa e ensino da CAU , considerada uma das principais universidades agrícolas da Ásia  e parceira estratégica da USP no desenvolvimento de pesquisas em agricultura tropical. 🏮 Intercâmbio cultural e enriquecimento acadêmico Os alunos chineses apresentaram o desenvolvimento de seus projetos. Créditos: Renan Umburanas Além do conteúdo técnico, os estudantes compartilharam aspectos da cultura chinesa , como tradições, gastronomia, sistema educacional e o cotidiano universitário na CAU. Esse momento promoveu diálogo intercultural , ampliando a compreensão mútua entre os países e incentivando o engajamento da comunidade estudantil brasileira com programas de internacionalização. Ao final do evento, houve uma sessão de perguntas, troca de experiências e interação entre os alunos apresentadores e o público , promovendo um ambiente aberto e colaborativo. 🤝 Fortalecendo a internacionalização O workshop se insere em uma estratégia mais ampla do STAC para estimular o uso de inglês em eventos acadêmicos , fomentar a cooperação internacional  e integrar estudantes estrangeiros às atividades de ensino, pesquisa e extensão. A iniciativa reforça também os objetivos da universidade em alinhar suas ações aos eixos do desenvolvimento humano e tecnológico , promovendo uma formação multidisciplinar, conectada e globalizada.

  • Bioinsumo desenvolvido na ESALQ/USP auxilia no combate a pragas e reduz o uso de agrotóxicos em milharais

    Pesquisa usa microbiota da lagarta-de-cartucho para criar defesa natural na planta e solução pode chegar ao campo em poucos anos. Pulverização aérea de agrotóxicos — Foto: Agência Brasil Um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) , em Piracicaba (SP), abre caminho para uma nova estratégia no combate à lagarta-do-cartucho , principal praga do milho no Brasil. A pesquisa, liderada pela engenheira agrônoma Diandra Achre , utiliza bactérias naturais associadas ao inseto para estimular a defesa da planta , criando um bioinsumo que poderá reduzir drasticamente o uso de agrotóxicos  no cultivo do grão. 🧬 Como funciona a defesa natural? A tecnologia se baseia em um processo inovador: a transferência de bactérias da microbiota intestinal da própria lagarta para o milho . Em seu ambiente original, essas bactérias beneficiam o inseto. Mas, quando aplicadas à planta, elas assumem um novo papel: ✔️ Promovem o crescimento do milho ; ✔️ Ativam mecanismos de defesa da planta ; e ✔️ Preparam o milho para se defender da lagarta com mais eficiência . "Fazemos a transferência dessa bactéria para a planta. Quando a lagarta se alimenta do milho tratado, começa a ativar sua resposta de defesa, que pode reduzir drasticamente os danos causados",  explica Diandra Achre. Explicação de como funciona o bioinsumo que ajuda planta do milho a combater lagarta-de-cartucho — Esquema: Diandra Achre Nos testes em laboratório, a aplicação resultou na morte de até 100% das larvas , enquanto nos testes de campo houve uma redução de até 50% nos danos causados pela praga . 🌿 O que são bioinsumos e por que são importantes? Bioinsumos  são produtos de origem biológica (como microrganismos, extratos vegetais ou substâncias naturais) que atuam na proteção e no desenvolvimento das culturas agrícolas . Eles podem substituir, complementar ou reduzir o uso de insumos químicos, como fertilizantes e pesticidas. Benefícios dos bioinsumos incluem : Redução do impacto ambiental; Diminuição da dependência de agrotóxicos; Estímulo à biodiversidade do solo; Maior segurança para o produtor e consumidor. “Não se trata apenas de reduzir o uso de agrotóxicos, mas também de diminuir o número de aplicações, o custo com combustível, água e mão de obra”,  ressalta a pesquisadora. 💡 Da universidade para o campo O projeto de Diandra - que recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) - é um exemplo de como a ciência universitária pode gerar inovação com aplicação prática no agronegócio . Com apoio técnico e institucional, o bioinsumo contra a lagarta-de-cartucho pode se tornar uma solução escalável para produtores de milho de todo o Brasil. “Estamos finalizando os estudos de formulação e escalonamento. Nossa meta é lançar um produto acessível, eficaz e sustentável para o agricultor”,  afirma Diandra. 🌍 Um passo a mais pela sustentabilidade no campo Iniciativas como esta fortalecem a agenda de agricultura sustentável  no Brasil, promovendo tecnologias de baixo impacto e de alta eficiência , alinhadas às demandas atuais por segurança alimentar, conservação ambiental e inovação. 📉 Menos agrotóxicos. 📈 Mais produtividade. 🌱 E um futuro mais verde no campo. Fontes: G1 / Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"

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