Bioinsumo desenvolvido na ESALQ/USP auxilia no combate a pragas e reduz o uso de agrotóxicos em milharais
- alexandrequeiroz41
- 13 de mai.
- 2 min de leitura
Pesquisa usa microbiota da lagarta-de-cartucho para criar defesa natural na planta e solução pode chegar ao campo em poucos anos.

Um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em Piracicaba (SP), abre caminho para uma nova estratégia no combate à lagarta-do-cartucho, principal praga do milho no Brasil. A pesquisa, liderada pela engenheira agrônoma Diandra Achre, utiliza bactérias naturais associadas ao inseto para estimular a defesa da planta, criando um bioinsumo que poderá reduzir drasticamente o uso de agrotóxicos no cultivo do grão.
🧬 Como funciona a defesa natural?
A tecnologia se baseia em um processo inovador: a transferência de bactérias da microbiota intestinal da própria lagarta para o milho. Em seu ambiente original, essas bactérias beneficiam o inseto. Mas, quando aplicadas à planta, elas assumem um novo papel:
✔️ Promovem o crescimento do milho;
✔️ Ativam mecanismos de defesa da planta; e
✔️ Preparam o milho para se defender da lagarta com mais eficiência.
"Fazemos a transferência dessa bactéria para a planta. Quando a lagarta se alimenta do milho tratado, começa a ativar sua resposta de defesa, que pode reduzir drasticamente os danos causados", explica Diandra Achre.

Nos testes em laboratório, a aplicação resultou na morte de até 100% das larvas, enquanto nos testes de campo houve uma redução de até 50% nos danos causados pela praga.
🌿 O que são bioinsumos e por que são importantes?
Bioinsumos são produtos de origem biológica (como microrganismos, extratos vegetais ou substâncias naturais) que atuam na proteção e no desenvolvimento das culturas agrícolas. Eles podem substituir, complementar ou reduzir o uso de insumos químicos, como fertilizantes e pesticidas.
Benefícios dos bioinsumos incluem:
Redução do impacto ambiental;
Diminuição da dependência de agrotóxicos;
Estímulo à biodiversidade do solo;
Maior segurança para o produtor e consumidor.
“Não se trata apenas de reduzir o uso de agrotóxicos, mas também de diminuir o número de aplicações, o custo com combustível, água e mão de obra”, ressalta a pesquisadora.
💡 Da universidade para o campo
O projeto de Diandra - que recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) - é um exemplo de como a ciência universitária pode gerar inovação com aplicação prática no agronegócio. Com apoio técnico e institucional, o bioinsumo contra a lagarta-de-cartucho pode se tornar uma solução escalável para produtores de milho de todo o Brasil.
“Estamos finalizando os estudos de formulação e escalonamento. Nossa meta é lançar um produto acessível, eficaz e sustentável para o agricultor”, afirma Diandra.
🌍 Um passo a mais pela sustentabilidade no campo
Iniciativas como esta fortalecem a agenda de agricultura sustentável no Brasil, promovendo tecnologias de baixo impacto e de alta eficiência, alinhadas às demandas atuais por segurança alimentar, conservação ambiental e inovação.
📉 Menos agrotóxicos.
📈 Mais produtividade.
🌱 E um futuro mais verde no campo.



