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Diversidade e Sustentabilidade: USP inaugura centro dedicado à preservação das línguas e culturas indígenas

  • alexandrequeiroz41
  • há 5 dias
  • 2 min de leitura

O Brasil figura entre os países mais multilíngues do planeta, abrigando hoje 274 línguas indígenas que representam “bibliotecas vivas” de saberes sobre o território, a natureza e as práticas culturais dos povos originários.

povos indígenas
O Centro de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas será coordenado pelo Museu da Língua Portuguesa e pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da USP - Créditos: Mongabay Brasil

A iniciativa tem como missão central preservar, documentar e difundir a diversidade linguística e os saberes tradicionais dos povos indígenas brasileiros — muitas delas em risco de desaparecer.


A cerimônia de inauguração foi realizada no auditório do Museu da Língua Portuguesa, com a presença de autoridades, pesquisadores e lideranças indígenas. Durante o evento, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou a importância simbólica e prática do centro:


“Cada língua indígena é uma biblioteca viva, uma cosmovisão. Esse centro nasce como resistência e reexistência, como semente que vai germinar conhecimento, políticas públicas e reconhecimento.”

O centro pretende atuar em estreita colaboração com as comunidades originárias, promovendo a inclusão de especialistas indígenas nas pesquisas e respeitando seus conhecimentos tradicionais.


🌎 Expansão da rede de centros e a internacionalização do conhecimento


A criação do Centro de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas se soma a uma série de novos centros interdisciplinares instituídos pela USP com apoio da Fapesp, voltados para temas da agenda global, como mudanças climáticas, sustentabilidade e inclusão sociocultural.

Representantes indigenas
A cerimônia de lançamento do Centro de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas aconteceu no dia 20 de maio, no Museu da Língua Portuguesa – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Segundo o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, esses novos centros representam a evolução da universidade para além da ciência tradicional:


“Estamos ampliando o papel da USP como uma universidade que dialoga com diferentes saberes, culturas e territórios. A parceria com comunidades indígenas e instituições internacionais é parte essencial para construirmos um modelo de pesquisa comprometido com a transformação social.”

📚 Educação, ciência e reconhecimento


O novo centro não será apenas um repositório linguístico e cultural, mas atuará também como ferramenta educacional, contribuindo para a criação de materiais pedagógicos bilíngues, formação de professores, políticas públicas e ações voltadas ao reconhecimento dos direitos linguísticos e culturais dos povos originários.


🌾Linguagem e Agricultura


As línguas indígenas armazenam conhecimentos milenares sobre cultivo, coleta e manejo de ecossistemas tropicais — saberes fundamentais para a agroecologia e a segurança alimentar:


  • Práticas sustentáveis: em várias regiões das Américas, comunidades indígenas mantêm sistemas agrícolas adaptados localmente, preservando solos, nutrientes e biodiversidade.

  • Transmissão oral: termos específicos para plantas, solos, ciclos hidrológicos e de polinização revelam uma “taxonomia ecológica” própria, essencial para projetos de agricultura regenerativa.

  • Resiliência climática: o conhecimento linguístico integra as estratégias de manejo de água e solo que ajudam populações tradicionais a enfrentar secas e inundações.


🔍 Agenda global


Com o lançamento de centros voltados à biodiversidade, agricultura sustentável, energias renováveis, e agora à diversidade linguística e cultural, a USP se firma como um referencial acadêmico plural, interdisciplinar e internacionalizado. As novas unidades de pesquisa são a expressão do compromisso da universidade com iniciativas que entrelaçam ciência, tradição e justiça social.


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