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- STAC/USP apresenta soluções estratégicas para a segurança alimentar global em conferência no Japão
O professor Durval Dourado Neto , Coordenador do Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC/USP) , participou da 2025 Kirkham Conference , realizada em Fukushima, Japão. O evento reuniu alguns dos principais especialistas do mundo em solos, agricultura e segurança alimentar. Créditos: Instagram Palestra com foco no papel estratégico do Brasil Durante sua participação, o Prof. Durval, em coautoria com o Prof. Quirijn de Jong van Lier , apresentou a palestra “A strategic agricultural Brazilian solution to provide world food security” . O tema destacou como a agricultura tropical brasileira pode oferecer caminhos concretos para enfrentar os desafios globais de produção de alimentos diante do crescimento populacional e das mudanças climáticas. A apresentação reforçou pontos centrais da pesquisa conduzida pelo STAC: Recuperação de pastagens degradadas como estratégia para ampliar a produção agrícola sem avançar sobre novas áreas; Integração de sistemas produtivos tropicais que aliam eficiência no uso de insumos e redução de impactos ambientais; Uso de tecnologias digitais e inteligência territorial para planejar de forma sustentável o futuro da agricultura; Segurança alimentar e energética com projetos que incluem o uso da macaúba como biocombustível sustentável. A Kirkham Conference e sua relevância A Kirkham Conference é realizada periodicamente em diferentes países e homenageia o legado científico do professor Don Kirkham , pioneiro nos estudos de física do solo e hidrologia. A edição de 2025 em Fukushima teve como foco a integração entre ciência do solo, mudanças climáticas e estratégias para garantir produção sustentável e segurança alimentar em escala global . Painel apresentado em evento promovido pela Soil Science Society of America. Créditos: Instagram O encontro foi marcado pela troca de experiências entre pesquisadores de diversas nacionalidades, fortalecendo a colaboração científica internacional. A presença brasileira, por meio do Prof. Durval, evidenciou a relevância das soluções desenvolvidas no país para questões de impacto mundial. O papel do STAC na agenda global A participação do Prof. Durval também reforça o papel do STAC/USP como um hub de inovação agrícola tropical , articulando projetos em parceria com governos, empresas e instituições internacionais. As contribuições brasileiras no campo da agricultura tropical ganham destaque em fóruns globais justamente por aliarem altos rendimentos produtivos , uso eficiente de recursos naturais e conservação ambiental . Fonte: Kirkham Conferences | Soil Science Society of America
- Centro de Estudos da USP desenvolve registro de créditos de carbono para garantir transparência no mercado climático
A Universidade de São Paulo (USP), por meio do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI-USP) , desenvolveu o RCGI-USP Carbon Registry , um "cartório" de créditos de carbono que busca assegurar transparência, rastreabilidade e confiança no mercado climático brasileiro. Julio Meneghini, Carlos Gilberto Carlotti Junior e Karen Mascarenhas (Foto: Divulgação/ RCGI) A iniciativa surge em um momento estratégico, quando o Brasil é chamado a assumir papel de liderança global no enfrentamento das mudanças climáticas. O registro funcionará como uma plataforma de validação e monitoramento de projetos , garantindo que os créditos emitidos correspondam de fato à redução ou sequestro de emissões de gases de efeito estufa. Com isso, a USP pretende reduzir riscos de práticas como o greenwashing e oferecer maior credibilidade a produtores, empresas e governos interessados em alinhar suas atividades às metas de descarbonização. O papel estratégico dos Centros de Estudos da USP O RCGI-USP integra a rede de Centros de Estudos multidisciplinares da universidade, criados para enfrentar os grandes temas da sociedade. Esses centros funcionam como hubs de pesquisa e inovação , reunindo cientistas de diferentes áreas em torno de agendas estratégicas para o país e para o mundo. Alguns dos Centros de Estudos recém criados pela USP. Recentemente, a USP consolidou novos núcleos voltados a áreas como Centro USP-China e USPproClima , cada qual contribuindo com soluções aplicadas para questões ambientais, sociais e econômicas. Agricultura tropical Um dos exemplos mais relevantes dessa rede é o Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC) . Suas pesquisas têm como foco a construção de sistemas de produção que conciliem competitividade agrícola, conservação ambiental e segurança alimentar. Entre os principais projetos, destacam-se: Recuperação de pastagens degradadas , voltada a melhorar a produtividade e reduzir emissões; Domesticação da macaúba , para geração de biocombustíveis sustentáveis de aviação; Selo Verde Brasil , que busca criar uma certificação nacional para práticas agrícolas de baixo impacto; Conectividade rural , ampliando o acesso à tecnologia digital no campo. Logo STAC. Créditos: Serviços Gráficos (ESALQ) O STAC, assim como o RCGI-USP, demonstra como a USP articula pesquisa científica e demandas sociais em busca de soluções práticas para o desenvolvimento sustentável. Os Centros e suas metas visionárias A criação do RCGI-USP Carbon Registry mostra como a USP projeta seus centros como laboratórios de futuro , capazes de transformar pesquisa em políticas públicas, inovações tecnológicas e práticas sustentáveis. Ao lado do STAC, do CCARBON e de outros núcleos temáticos, o RCGI-USP reforça o papel da universidade na construção de uma agenda nacional de baixo carbono, alinhada aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. O RCGI-USP Carbon Registry pode consolidar o país como um dos líderes no mercado global de carbono, oferecendo credibilidade às negociações e atraindo novos investimentos. Ao mesmo tempo, fortalece a posição da ciência brasileira na formulação de soluções concretas para a transição energética e climática. Fonte: Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI)
- Mariangela Hungria: a cientista que economiza bilhões ao Brasil e reduz emissões na agricultura
Pesquisa pioneira em fixação biológica de nitrogênio gera bilhões de dólares em economia, reduz emissões e coloca o Brasil como referência mundial no uso de insumos biológicos Dra. Mariangela Hungria da Cunha: Vencedora do Prêmio Nobel da Agricultura em 2025. Créditos: Estadão. Pioneirismo científico e impacto global Natural de Itapetininga (SP), a microbiologista Mariângela Hungria tem contribuído para mudar a história da agricultura brasileira. Seu trabalho com fixação biológica de nitrogênio (FBN) gera uma economia anual de cerca de US$ 40 bilhões (mais de R$ 220 bilhões) em adubos químicos e evita a emissão de 180 milhões de toneladas de CO₂ por ano. Sem essa tecnologia, o país precisaria importar milhões de toneladas de fertilizantes nitrogenados, elevando custos e aumentando a dependência externa. A técnica revolucionária Na produção de soja , carro-chefe da pauta de exportações brasileiras, o nitrogênio é essencial, mas os solos tropicais são pobres nesse nutriente. Foi aí que Mariângela, junto a outros pesquisadores, ajudou a consolidar a técnica da fixação biológica de nitrogênio , que consiste em aplicar bactérias benéficas (rizóbios) nas sementes. Esses microrganismos formam nódulos nas raízes e permitem que as plantas capturem nitrogênio do solo e da atmosfera, aumentando o crescimento e a produtividade sem a necessidade de fertilizantes químicos caros e poluentes. Nódulos em raízes de soja, marcas da fixação biológica de nitrogênio. Créditos: Mais soja. Além da soja, a técnica foi expandida para outras culturas como o feijão (com ganhos de até 25% na produtividade) e o milho , onde bactérias aplicadas diretamente nas folhas ajudam a fixar o nutriente. Impacto no campo Graças ao amplo uso da FBN, o Brasil saltou de 15 milhões de toneladas de soja nos anos 1980 para mais de 170 milhões de toneladas atualmente , consolidando-se como líder mundial na adoção de bioinsumos agrícolas. O efeito vai além da economia: a redução no uso de fertilizantes nitrogenados evita emissões significativas de gases de efeito estufa, contribuindo para o combate às mudanças climáticas e reforçando a imagem do país como potência agrícola sustentável. Reconhecimento internacional Aos 67 anos, Mariangela tornou-se a quarta brasileira a conquistar o prêmio desde sua criação, em 1986. - Créditos: BBC O impacto de sua pesquisa foi reconhecido em 2025, quando Mariângela Hungria recebeu o World Food Prize , considerado o “Prêmio Nobel da Alimentação” . Embora a premiação seja de US$ 500 mil , valor expressivo, ela é simbólica diante dos bilhões de dólares que seu trabalho já trouxe para o Brasil e para a segurança alimentar global. “Sempre pensamos em produzir com sustentabilidade, mas com altos rendimentos, porque precisamos garantir comida para todos, recuperando a saúde do solo e mantendo a competitividade”, destacou a cientista. Uma visão de futuro Para Mariângela, a agricultura deve seguir combinando produtividade, sustentabilidade e inovação tecnológica . A ampliação do uso de microrganismos benéficos no campo é parte de uma transição necessária para reduzir dependência externa de insumos, melhorar a saúde dos solos e combater a fome mundial. Seu legado reforça que ciência e agricultura caminham juntas para garantir que o Brasil seja não apenas celeiro do mundo , mas também exemplo de produção sustentável . Fonte: Gazeta do Povo
- Diretor de Núcleo do STAC é incluído no Hall da Fama da Citricultura Brasileira
Reconhecimento destaca trajetória dedicada ao controle biológico e à sustentabilidade agrícola no Brasil do professor José Roberto Postali Parra Prof. José Roberto Postali Parra - Professor titular do Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ/USP. Créditos: Koppert Brasil Professor titular do Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ/USP. O professor José Roberto Postali Parra , docente do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), acaba de ingressar no Hall da Fama da Citricultura Brasileira , honraria concedida a profissionais que marcaram de forma significativa o setor. Além de seu trabalho acadêmico, Parra é Diretor do SPARCBio – São Paulo Advanced Research Center for Biological Control , um dos principais centros de pesquisa do país dedicados ao desenvolvimento e aprimoramento de soluções biológicas para o manejo de pragas . Também lidera o Núcleo de Controle Biológico de Pragas para a Sustentabilidade Agrícola , vinculado ao Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC/USP) , ampliando o impacto de suas pesquisas para diferentes cadeias produtivas. Prof. José Parra é diretor do SPARCBio e do Núcleo de Controle Biológico de Pragas para a Sustentabilidade Agrícola - STAC. Créditos: Compre Rural. Um legado no controle biológico Com mais de quatro décadas de atuação, o Prof. Parra é referência mundial em entomologia aplicada e controle biológico de pragas . Seus estudos contribuíram para consolidar o uso de inimigos naturais em larga escala, reduzindo a dependência de defensivos químicos e favorecendo a preservação ambiental. Na citricultura, sua pesquisa foi decisiva para o manejo de pragas como o psilídeo Diaphorina citri , vetor do greening (HLB), doença que ameaça pomares em todo o mundo. A introdução e multiplicação de parasitoides, como o Tamarixia radiata , têm sido ferramentas centrais para o controle dessa praga no Brasil. SPARCBio: inovação e parcerias O SPARCBio é um Centro Avançado de Pesquisa em Controle Biológico que integra academia, setor privado e órgãos públicos para criar tecnologias de manejo sustentável , ampliando a competitividade e a segurança das produções agrícolas. Com sede na ESALQ, o centro desenvolve desde soluções microbianas até programas de uso integrado de agentes biológicos, fortalecendo o mercado de bioinsumos e alinhando-se às metas globais de agricultura de baixo carbono . Sede do SPARCBio, na ESALQ/USP. Atuação estratégica dentro do STAC Como diretor do Núcleo de Controle Biológico de Pragas para a Sustentabilidade Agrícola , Prof. Parra coordena ações de P&D dentro do STAC/USP , com foco em ampliar o uso de métodos biológicos em diversos biomas tropicais. O núcleo integra redes de pesquisa que avaliam impacto ambiental, viabilidade econômica e escalabilidade dessas práticas, contribuindo para políticas públicas e para a transição para sistemas agrícolas mais resilientes. Reconhecimento que inspira A inclusão no Hall da Fama da Citricultura Brasileira não apenas consagra a trajetória acadêmica e profissional do Prof. Parra, mas também reforça o papel estratégico da ESALQ/USP e de centros como o SPARCBio e o STAC/USP no avanço da sustentabilidade agrícola no país. Fonte: ESALQ NET
- STAC apresenta soluções sustentáveis para a agricultura tropical com impacto global
Iniciativas de pesquisa, parcerias e inovação foram destaque na fala do coordenador do STAC - Prof. Durval Dourado Neto - em entrevista ao Jornal da ALESP 1ª Edição. Professor Titular da ESALQ/USP e Coordenador do STAC, Durval Dourado Neto. O Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC/USP) , foi tema de entrevista especial com o seu coordenador, Prof. Durval Dourado Neto , no programa transmitido hoje, em sua edição matinal. Na conversa, o professor apresentou a missão, os projetos estratégicos e a relevância do centro como um hub de soluções sustentáveis para a agricultura tropical . STAC como centro de integração e soluções Questionado sobre como o STAC busca soluções sustentáveis, o professor destacou que o centro desenvolve projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para tornar os sistemas agrícolas mais eficientes e ambientalmente responsáveis, com benefícios não apenas para o Brasil, mas também para outros países que compartilham condições tropicais. Prof. Durval Dourado Neto, em entrevista ao Jornal da Rede ALESP. Créditos: Youtube Ao ser comparado a um hub, o Prof. Durval reforçou que o STAC funciona como articulador entre ciência, tecnologia e políticas públicas , reunindo universidades, órgãos governamentais e empresas. Entre os exemplos, citou o Projeto Biomas Tropicais , que criou uma ferramenta inédita para calcular o Índice de Desenvolvimento Rural Sustentável em todos os municípios brasileiros, permitindo diagnósticos e monitoramento para tomada de decisão. Eficiência no uso de insumos e parcerias estratégicas O professor destacou ainda o trabalho no desenvolvimento de novos sistemas de produção voltados para aumentar a eficiência do uso de insumos na agricultura. Um exemplo citado foi o SPARCBio , centro de pesquisa que atua no controle biológico para reduzir o uso de defensivos agrícolas, reforçando o compromisso com práticas de menor impacto ambiental. O STAC também mantém parcerias com empresas públicas e privadas , viabilizando a aplicação prática de pesquisas e ampliando o alcance das soluções desenvolvidas. São Paulo Advanced Research Center for Biological Control. Créditos: Koppert Enfrentando desafios climáticos Sobre mudanças climáticas, o Prof. Durval explicou que o centro realiza análises territoriais para adequar as culturas agrícolas às condições predominantes de cada região, além de desenvolver estudos sobre melhoramento genético para criar plantas mais resistentes a estresses climáticos. Principais projetos Reforçando a importância do investimento, o professor apresentou alguns projetos estratégicos: Domesticação da macaúba para biocombustíveis sustentáveis , em parceria com a Acelen e apoio do BNDES, integrando agricultura familiar e inovação. Segurança alimentar : mapeamento de áreas de pastagens degradadas para ampliar a produção de alimentos, com potencial para alimentar mais 1 bilhão de pessoas até 2050. Plano Nacional de Irrigação : iniciativa de longo prazo, projetada para os próximos 100 anos, com foco no uso racional da água e aumento da eficiência produtiva. Compromisso com o futuro O coordenador reforçou que o STAC busca consolidar-se como referência em práticas agrícolas sustentáveis , promovendo inovação, capacitação e articulação internacional para enfrentar os grandes desafios da agricultura tropical. Entrevista na íntegra.
- "Por Dentro da USP" destaca o Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC)
Em sua edição de 8 de agosto de 2025, o boletim quinzenal Por Dentro da USP destacou o Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC) , coordenado pelo professor Durval Dourado Neto, da ESALQ/USP. Centro de Agricultura Tropical Sustentável - STAC O Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC), ligado à Reitoria da Universidade de São Paulo, vem se firmando como um polo de referência no desenvolvimento de soluções integradas para os desafios da produção agrícola em regiões tropicais. Coordenado pelo professor Durval Dourado Neto, o STAC atua de forma multidisciplinar, envolvendo docentes, pesquisadores e estudantes de diversas áreas do conhecimento, com o objetivo de conciliar produtividade, conservação ambiental e melhoria da qualidade de vida no meio rural. Professor Titular da ESALQ/USP, Durval Dourado Neto coordena o STAC. (Créditos: Gerhard Waller) "A missão do STAC é promover uma interação contínua entre unidades da USP e instituições públicas e privadas, no Brasil e no exterior, para criar e difundir soluções estratégicas que fortaleçam a agricultura tropical sustentável. Essa atuação envolve desde a pesquisa científica até o apoio à formulação de políticas públicas, com ênfase na segurança alimentar, uso responsável dos recursos naturais e desenvolvimento rural inclusivo." - Prof. Durval Dourado Neto. Projetos em andamento O trabalho do STAC é organizado em diferentes núcleos: Pesquisa e Desenvolvimento; Inovação e Empreendedorismo; Comunicação e Difusão; Cooperação Internacional; Controle Biológico de Pragas Para a Sustentabilidade Agrícola; e Novos Negócios . Dentro desse escopo, atualmente são conduzidos cinco projetos prioritários: Domesticação da macaúba – voltada à produção de combustível sustentável para aviação, explorando o potencial de uma palmeira nativa para geração de bioquerosene. Selo Verde Brasil – desenvolvimento de um sistema nacional de certificação e avaliação de conformidade para produtos e serviços sustentáveis. Inteligência territorial e segurança alimentar – estudo da eficiência da produção agrícola irrigada, com meta de aumentar em 40% a produtividade nacional. Conectividade rural – aplicação de tecnologias digitais para ampliar a eficiência da produção no campo. Recuperação de pastagens degradadas – desenvolvimento de sistemas que combinem otimização da produtividade e mitigação das mudanças climáticas. Principais projetos, em desenvolvimento, do STAC. Parcerias e visão de futuro O STAC mantém parcerias estratégicas com universidades, empresas e órgãos governamentais, fortalecendo a troca de conhecimentos e a aplicação prática de suas pesquisas. A expectativa é que o centro se consolide como hub de inovação em práticas agrícolas sustentáveis , contribuindo para formar profissionais qualificados, fomentar novas tecnologias e apoiar decisões de políticas públicas. O Prof. Durval destaca que, além dos avanços técnicos, o centro também prioriza a difusão de informações e boas práticas agrícolas , garantindo que seu impacto alcance pequenos produtores e comunidades rurais. Essa abordagem amplia a inclusão social no campo e potencializa a adoção de sistemas produtivos sustentáveis. Integração com programas de internacionalização No mesmo período em que fortalece suas linhas de pesquisa, o STAC também reforça sua dimensão internacional, participando e organizando eventos como o VII STAC School and Tech Tour , que recebeu estudantes estrangeiros para imersão em sistemas tropicais de produção. Essa interação contribui para a troca de experiências e posiciona o Brasil como protagonista no debate global sobre agricultura sustentável. Para ter acesso a entrevista, na íntegra, acesse: Jornal da USP
- Agricultura tropical em destaque: ESALQ e STAC promovem eventos acadêmicos internacionais
International School e STAC School and Tech Tour destacam protagonismo da ESALQ na difusão dos sistemas tropicais de produção sustentável Os eventos ocorreram na ESALQ e empresas parceiras, entre os dias 13 e 26 de julho de 2025. Crédito: Gerhard Waller. Entre os dias 13 e 26 de julho de 2025, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), em Piracicaba, sediou mais uma edição da sua reconhecida International School on Tropical Sustainable Agricultural Systems . O evento teve como objetivo principal proporcionar um ambiente de intercâmbio científico e cultural entre estudantes e pesquisadores de diversas nacionalidades, com foco na agricultura tropical e na sustentabilidade produtiva. Estudantes brasileiros e estrangeiros em frente ao Edifício Central. Crédito: Denise Guimarães Realizada integralmente em inglês, a programação contou com palestras, oficinas técnicas, visitas a propriedades rurais, centros de pesquisa e empresas do setor agroindustrial. Entre os temas abordados estiveram fisiologia vegetal, tecnologias sustentáveis para a produção agrícola, integração lavoura-pecuária, uso de bioinsumos, manejo sustentável da água, economia circular e inovação em agroenergia. VII STAC School and Tech Tour Em paralelo à International School , o Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC/USP) promoveu o VII STAC School and Tech Tour , com a participação de 14 alunos e dois professores da China Agricultural University (CAU). A delegação chinesa participou ativamente da programação acadêmica e técnica, reforçando a proposta de internacionalização do STAC e da própria ESALQ. Estudantes chineses realizaram visitas a empresas para discutir práticas agroalimentares sustentáveis e modelos cooperativistas. A agenda do Tech Tour incluiu visitas técnicas a empresas e propriedades referência em inovação agrícola, como a Citrosuco, a Raízen Biogás, a cooperativa Coplacana, a fazenda Canto Porto (pecuária leiteira) e unidades de produção de soja, macadâmia, flores, suínos e cerveja artesanal, além de aulas teóricas ministradas por docentes da USP e pesquisadores da Embrapa. Essa integração reafirma o protagonismo do STAC na promoção da agricultura tropical sustentável por meio de atividades educacionais internacionais, aliando ciência, cultura e troca de experiências entre jovens lideranças acadêmicas do Brasil e do exterior. “Ao promover um programa robusto de internacionalização, estamos não só disseminando conhecimento técnico, mas também consolidando o Brasil como referência global na produção agrícola em clima tropical”, destacou o professor Durval Dourado Neto, coordenador do STAC Tech Tour. Interdisciplinaridade e articulação institucional A edição de 2025 da International School contou com a colaboração de docentes da ESALQ, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP), além de profissionais do setor produtivo. As atividades também envolveram o Escritório de Cooperação Internacional (ECI) da ESALQ, responsável pelo apoio logístico e pela articulação institucional. A integração entre diferentes setores da universidade fortaleceu o impacto acadêmico do evento e contribuiu para uma formação mais ampla dos participantes. Um marco para a diplomacia científica Iniciativas como a International School e o STAC Tech Tour são estratégicas para consolidar a diplomacia científica brasileira. Elas ampliam a visibilidade da produção acadêmica nacional, promovem a colaboração internacional e contribuem para soluções sustentáveis em escala global, especialmente em tempos de crise climática e desafios alimentares. Fonte: ESALQ NET
- Estudante brasileiro é premiado por destaque em apresentação científica na China Agricultural University
Higor de Queiroz Ribeiro, mestrando no programa de pós-graduação em Fitotecnia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), foi premiado por sua apresentação durante evento acadêmico em Beijing, realizado pela China Agricultural University (CAU), em 14 de julho. Higor de Queiroz Ribeiro, em apresentação na China Agricultural University. Créditos: Outros. Representando o Brasil no programa de intercâmbio acadêmico promovido pela CAU, Higor apresentou o trabalho intitulado “Framework for Evaluating AquaCrop Calibrations Using NDVI-Derived Canopy Cover in Irrigated Maize in Western Bahia, Brazil” . A apresentação chamou atenção pela aplicação de dados de satélite e modelos de simulação agroclimática para avaliar o desenvolvimento do dossel vegetal (canopy cover) em áreas de cultivo sob pivô central, no contexto da agricultura de precisão. 🌱 Pesquisa combina inovação e sustentabilidade no agronegócio Orientado pelo Prof. Dr. Durval Dourado Neto (Esalq/USP), o trabalho de Higor propôs uma estrutura metodológica que integra imagens dos satélites Sentinel-2 e Landsat 8/9, via Google Earth Engine, com o modelo AquaCrop da FAO — amplamente utilizado para prever produtividade e consumo hídrico de culturas agrícolas. O foco foi o milho irrigado de segunda safra em municípios como Correntina e Jaborandi (BA), onde foram monitoradas 87 áreas agrícolas entre os anos de 2017 e 2023. A proposta do pesquisador brasileiro avaliou quatro cenários de calibração do modelo AquaCrop e comparou seus resultados com dados de sensoriamento remoto processados a partir do índice de vegetação NDVI, convertidos em estimativas de cobertura de dossel. 📊 Principais resultados do estudo A calibração denominada MZ4 , com ajustes manuais, apresentou o melhor equilíbrio entre precisão e acurácia . O uso do NDVI como estimador de cobertura vegetal se mostrou eficaz e escalável. A estrutura desenvolvida pode ser adaptada para outras culturas, regiões e aplicações, como estimativa de produtividade ou assimilação de dados em tempo real. A pesquisa reforça o potencial do uso de técnicas de sensoriamento remoto e modelagem computacional no monitoramento agrícola multi-anual . 🌍 Reconhecimento internacional e perspectivas futuras A premiação recebida por Higor Ribeiro é resultado do esforço contínuo de internacionalização promovido por iniciativas como o Sustainable Tropical Agriculture Center (STAC) , que fomenta a formação de jovens talentos e o intercâmbio de conhecimento com universidades de referência em agricultura, como a CAU na China. Título de reconhecimento por apresentação realizada por Higor Ribeiro. Crédito: Higor Ribeiro. Além de contribuir para a ciência aplicada à agricultura tropical, o estudo se alinha com agendas globais de sustentabilidade, uso racional da água e adaptação às mudanças climáticas. Entre os próximos passos, o pesquisador pretende incorporar técnicas de inteligência artificial na calibração automática dos modelos, além de expandir a metodologia para o monitoramento de outras culturas estratégicas. ✍️ Sobre o pesquisador Higor de Queiroz Ribeiro é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e atualmente mestrando no programa de pós-graduação em Fitotecnia da ESALQ/USP. Possui experiência em sensoriamento remoto, modelagem agrícola e agricultura irrigada.
- Manejo de cana-de-açúcar pode aumentar sustentabilidade no setor sucroenergético
Estudo da Esalq/USP avalia impacto climático e estratégias para reduzir óxido nitroso na produção de cana A cana-de-açúcar foi escolhida como foco devido à sua importância econômica para o Brasil – Foto: José Reynaldo da Fonseca/Wikimedia Commons O setor sucroenergético brasileiro, vital para a matriz energética nacional e a economia agrícola, pode se tornar ainda mais sustentável com práticas de manejo adequadas. É o que aponta o estudo conduzido pela engenheira agrônoma Emily Aquino Leite, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), que analisou como diferentes cenários climáticos interferem na produtividade da cana-de-açúcar e nas emissões de gases de efeito estufa, em especial o óxido nitroso (N₂O). Com base em modelagens como o Samuca (para produtividade) e o Cury (para emissões), a pesquisa constatou que o aumento da concentração de CO₂ atmosférico pode, por um lado, favorecer a fotossíntese da cana-de-açúcar, elevando sua produtividade em até 10%. Por outro lado, há um alerta: as emissões de N₂O — gás com potencial de aquecimento global 300 vezes superior ao do CO₂ — podem crescer entre 5% e 30%, dependendo do manejo adotado. Desafios ambientais e oportunidades de mitigação A pesquisa destaca o papel da palhada deixada no campo após a colheita como um fator de risco. Apesar de essencial para a cobertura do solo, em excesso, a palha retém umidade e favorece a atividade microbiana que libera óxido nitroso. A pesquisadora sugere que parte desse material possa ser redirecionado à produção de etanol de segunda geração (2G), promovendo um equilíbrio entre conservação do solo e redução das emissões. Além disso, a aplicação de fertilizantes nitrogenados deve ser repensada. Temperaturas elevadas aumentam as perdas de nitrogênio para a atmosfera, o que reforça a importância do uso eficiente de insumos e do planejamento técnico no campo. Modelagem como ferramenta para políticas e tomada de decisão A modelagem computacional utilizada na pesquisa permite simular cenários futuros e avaliar estratégias que conciliem ganhos produtivos com metas de descarbonização. Isso é especialmente relevante diante da urgência da transição energética e da crescente demanda por produtos agrícolas sustentáveis. Segundo Emily Leite, o Brasil tem uma vantagem competitiva na produção de cana-de-açúcar, mas precisa garantir que sua expansão não ocorra à custa de maior impacto ambiental. “Sustentabilidade não pode ser apenas produtividade; é preciso considerar a conservação dos recursos naturais e a mitigação das emissões”, reforça. O trabalho se soma a outros estudos desenvolvidos na Esalq/USP e em centros como o CCARBON/USP e STAC/USP, que vêm consolidando a bioeconomia de baixo carbono como um dos pilares da agricultura tropical sustentável. Fonte: USP Sustentável
- Bioinsumo multiforrageiras utilizado na recuperação de pastagens
A Embrapa Agrobiologia, em parceria com a Agrocete, apresentou recentemente um bioinsumo multiforrageiras utilizado no manejo de pastagens no Brasil. Tecnologia combina bactérias para aumentar biomassa, recuperar áreas degradadas e reduzir emissões na pecuária. Créditos: Agro em dia A nova solução, que deve chegar ao mercado em 2026, associa três estirpes bacterianas benéficas ao solo, promovendo ganhos em produtividade, recuperação de áreas degradadas e redução do uso de fertilizantes nitrogenados — além de contribuir para mitigar emissões na pecuária. 🌱 Solução biológica para desafios antigos O produto foi desenvolvido com foco em um cenário preocupante: cerca de 100 milhões de hectares de pastagens brasileiras apresentam níveis intermediários ou severos de degradação , impactando diretamente a produtividade e as emissões do setor pecuário. A proposta do novo inoculante é integrar soluções baseadas na biotecnologia para restaurar a fertilidade do solo e promover a intensificação sustentável da pecuária. 🔬 Funções microbianas O inoculante combina microrganismos já conhecidos por seu desempenho em culturas agrícolas: Bradyrhizobium : fixador de nitrogênio amplamente usado na cultura da soja; Azospirillum : estimula o crescimento de gramíneas e também fixa nitrogênio; Nitrospirillum : em fase final de validação, tem demonstrado alta eficiência no estímulo ao crescimento radicular e fixação de nitrogênio. Essa composição permite uso tanto em sistemas tradicionais quanto em consórcios de gramíneas e leguminosas , e mesmo em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) . 📉 Menos fertilizantes e emissões de carbono Segundo a Embrapa, o uso do inoculante pode substituir parte dos fertilizantes sintéticos , especialmente os nitrogenados — um dos principais emissores de gases de efeito estufa (GEE) no setor agropecuário. Em testes realizados em casa de vegetação, foi observada uma elevação superior a 30% na biomassa das leguminosas, e também ganhos em áreas com pastagens exclusivamente de gramíneas como braquiária. Além disso, o consórcio com leguminosas permite: Redução de até 30% nas emissões de GEE ; Sequestro de até 4,4 toneladas de carbono por hectare ao ano; Ampliação da biodiversidade e saúde do solo ; Maior eficiência no uso de recursos e circulação de nutrientes. 💼 Potencial de mercado e inovação em escala A versatilidade e aplicabilidade do produto em diferentes sistemas e tipos de pastagem tornam o bioinsumo promissor não apenas sob o ponto de vista agronômico, mas também estratégico para o mercado de insumos biológicos. Para Andrea Giroldo, diretora da Agrocete, trata-se de uma solução prática e econômica que atende às demandas crescentes da pecuária moderna por sustentabilidade e rentabilidade . 🔄 Caminho para a pecuária regenerativa O novo inoculante integra um conjunto de estratégias de agricultura regenerativa focadas na recuperação ecológica de áreas degradadas, melhora da produtividade e neutralidade de carbono. O lançamento comercial está previsto para 2026, após a finalização dos estudos agronômicos de validação. Fonte: Canal Rural
- Sistema agroflorestal em prol de segurança alimentar
Modelo agroecológico cultiva mais de 60 espécies alimentares em consórcio com florestas nativas, promovendo biodiversidade e renda familiar Mais do que um método de cultivo, o sistema propicia benefícios ambientais, econômicos e sociais. Créditos: Maxmaq Um sistema produtivo que une agricultura e floresta, cultiva diversidade em vez de monocultura e se baseia em princípios ecológicos para regenerar o solo e gerar alimentos saudáveis. Essa é a essência do sistema agroflorestal (SAF), prática que vem ganhando força entre agricultores familiares interessados em produzir de forma mais sustentável, resiliente e autônoma. Em uma propriedade rural, localizada na Colônia São Manuel, 8º distrito de Pelotas/RS, conduzida por uma família dedicada à agroecologia, mais de 60 alimentos são cultivados em um mesmo espaço. Desde 2012, o modelo adotado pela família Schiavon permite que árvores frutíferas, nativas e madeireiras convivam com culturas alimentares como milho crioulo, mandioca, batata-doce, abóbora, hortaliças, temperos, além de plantas medicinais e ornamentais. O sistema agroflorestal aplicado no local segue princípios da agroecologia, em que os cultivos são feitos sem uso de insumos químicos, com adubação orgânica, cobertura permanente do solo e integração entre espécies nativas e cultivadas. Além de evitar o uso de agrotóxicos, a prática fortalece a segurança alimentar da família e da comunidade próxima, permitindo a venda direta dos produtos em feiras agroecológicas e espaços comunitários. 🌾 Como funciona um SAF? No sistema agroflorestal, os cultivos são planejados para que diferentes espécies ocupem os mesmos espaços ao longo do tempo, simulando os estágios naturais de uma floresta. As árvores maiores criam sombra para as espécies que gostam de ambientes úmidos, enquanto leguminosas ajudam a fixar nitrogênio no solo, melhorando sua fertilidade. Assim, cria-se um ciclo virtuoso de produção e regeneração ambiental. “Nosso trabalho é em parceria com a natureza. Cada planta tem sua função ecológica, e o manejo é planejado com base na sucessão natural da floresta”, relata Enio Schiavon, responsável pela propriedade. 🌿 Alimentação saudável e renda sustentável Além da produção diversificada e sem veneno, os alimentos colhidos têm como destino prioritário as cozinhas da própria comunidade. O excedente é comercializado em feiras agroecológicas e na Rede de Agroecologia Ecovida, contribuindo para a geração de renda direta e valorizando a agricultura de base familiar. A propriedade também recebe visitas técnicas e educacionais, servindo como espaço de aprendizado sobre SAFs, práticas regenerativas e soberania alimentar. A valorização da biodiversidade cultivada é um dos pilares do projeto: sementes crioulas são preservadas e multiplicadas, plantas com propriedades medicinais são catalogadas e utilizadas, e a produção respeita os ciclos da terra e o saber tradicional. 🌍 Agroecologia Sistemas como esse têm despertado o interesse de instituições de pesquisa e políticas públicas por seu potencial de enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, promover segurança alimentar e restaurar ecossistemas. Ao aliar conhecimento tradicional com ciência agroecológica, os SAFs se mostram um caminho viável e replicável para diferentes regiões do Brasil. Com a crescente pressão sobre o uso do solo e os recursos naturais, práticas como a agrofloresta ganham destaque como estratégias de desenvolvimento rural que promovem equilíbrio entre produtividade, conservação ambiental e justiça social. Fonte : Jornal do Comércio
- Campo em equilíbrio: Índice avalia sustentabilidade do agro
Ferramenta desenvolvida por pesquisadores da FGV e da Esalq/USP aponta onde o agronegócio brasileiro consegue conciliar desenvolvimento econômico, bem-estar social e conservação ambiental O agronegócio responde por 26 % do PIB de Mato Grosso e garante alimentos para o mundo. Créditos: My images. O avanço da agricultura no Brasil — especialmente no Mato Grosso — é frequentemente analisado sob a ótica da produção, mas nem sempre com a devida atenção ao impacto ambiental e à inclusão social. Pensando nisso, um grupo de pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP) e da Esalq/USP desenvolveu o Índice de Sustentabilidade do Desenvolvimento Rural (ISD) , uma ferramenta que consolida múltiplos indicadores em um único número para medir a real sustentabilidade do desenvolvimento rural em 141 municípios mato-grossenses. 🌾 Por que medir a sustentabilidade rural? Com 26% do PIB estadual advindo do agro, Mato Grosso tornou-se um símbolo da pujança agrícola brasileira. No entanto, esse crescimento não vem sem controvérsias — desmatamento, pressão sobre recursos hídricos e desigualdade social ainda são desafios recorrentes. O novo ISD busca preencher essa lacuna ao oferecer um retrato integrado e mensurável da sustentabilidade. Ele avalia se os ganhos econômicos caminham lado a lado com melhorias sociais e preservação ambiental. 🧩 Como funciona o índice? O ISD é formado a partir de sete indicadores principais , organizados em três dimensões: econômica, social e ambiental. Todos os dados são provenientes de bases públicas como IBGE , ANA e Atlas Brasil , e os valores são normalizados entre 0 e 1. A seguir, os componentes do índice: Econômicos ▪ Valor Bruto da Produção Agropecuária (GV)▪ Renda média ajustada dos estabelecimentos rurais (AI) Sociais ▪ Expectativa de vida (LE)▪ Anos médios de escolaridade (SY) Ambientais ▪ Déficit de Áreas de Preservação Permanente (rPPA)▪ Déficit de Reserva Legal (rLR)▪ Escassez relativa de água (rWS) A combinação dos sub-índices é feita por meio de um cálculo geométrico (raiz cúbica do produto entre os três blocos), garantindo uma ponderação equitativa. 🗺️ O que os dados revelam? O resultado é um mapa que revela um “corredor de equilíbrio” no centro de Mato Grosso, onde cidades como Sapezal , Lucas do Rio Verde e Primavera do Leste se destacam com índices elevados de sustentabilidade (ISD acima de 0,68). Esses municípios reúnem: ✅ Produção agropecuária robusta ✅ Bons indicadores sociais ✅ Conformidade ambiental relativa Por outro lado, os extremos norte e sudoeste do estado enfrentam déficits mais severos, tanto na estrutura de serviços quanto na regularização ambiental. 🧭 O que o ISD pode orientar? A principal contribuição do ISD é funcionar como uma ferramenta estratégica para gestores públicos, cooperativas e empresas do agro que buscam orientar investimentos e políticas com base em dados integrados. Ao evitar a visão fragmentada — focada somente na economia ou na conservação — o índice oferece um retrato mais completo do que significa ser “sustentável” no campo. Segundo os autores, a sustentabilidade não é uma ideia abstrata , mas sim um conceito que pode (e deve) ser medido. Com indicadores claros e comparáveis, o debate sobre o futuro do agro pode se tornar mais técnico, transparente e orientado a resultados de longo prazo. Fontes: Tempo | MDPI
- Cafeicultura regenerativa mostra resultados concretos no campo
Boas práticas, equilíbrio ecológico e qualidade do grão se encontram em sistemas regenerativos de produção de café, que ganham espaço entre produtores preocupados com o solo, o ambiente e a saúde dos consumidores. Produtor de café melhora qualidade do solo e zera uso de agrotóxico com técnicas sustentáveis no Espírito Santo. — Foto: TV Gazeta A cafeicultura brasileira vive um novo ciclo orientado pela sustentabilidade e regeneração ambiental. Um exemplo concreto vem de produtores que adotaram práticas de manejo do solo com foco na saúde ecológica do agroecossistema, substituindo o uso de agrotóxicos por soluções baseadas em biologia do solo, adubação orgânica e cobertura vegetal diversificada. Os resultados são evidentes: maior fertilidade do solo, controle natural de pragas, aumento da produtividade e valorização do café nos mercados especializados. Técnicas como o consórcio de culturas, adubação verde e compostagem orgânica não apenas eliminam a necessidade de herbicidas, mas também fortalecem os ciclos naturais do solo. 🌱 Agricultura regenerativa A base desse modelo está na revitalização do solo e no fortalecimento dos serviços ecossistêmicos da propriedade rural. A agricultura regenerativa propõe: Integração de espécies vegetais nas entrelinhas do café; Eliminação de herbicidas sintéticos; Recuperação da microbiota do solo; Cobertura vegetal permanente; Aplicação de biofertilizantes líquidos. Quando bem adaptado ao relevo e clima, esse modelo favorece a biodiversidade, reduz custos com insumos e pode elevar a pontuação dos cafés em concursos de qualidade, chegando a 86+ pontos na escala da SCAA. ☕ Café sustentável: um diferencial competitivo A adoção de sistemas orgânicos e regenerativos tem transformado a cafeicultura. O modelo permite que os produtores alcancem novos mercados, especialmente o de cafés especiais, cuja demanda cresce no Brasil e no exterior. Ao eliminar o glifosato, muitos agricultores observaram melhora na qualidade da bebida, diversificação dos microrganismos do solo e fidelização de compradores conscientes. No Estado do Espírito Santo, diversas propriedades familiares têm alcançado melhor desempenho agronômico e comercial após substituírem agroquímicos por técnicas de manejo sustentável. Há nove anos, Tiago Camiletti - produtor de café no Norte do ES - aposta no manejo sustentável das suas lavouras. Foto: Conexão Safra 🔎 Ecossistema produtivo Práticas como adubação verde com crotalária e guandu-anão, uso de compostos orgânicos, conservação do solo em microterraceamentos e aproveitamento dos resíduos do café favorecem a saúde do ecossistema e a produtividade do cafeeiro. A substituição de entradas químicas por práticas de manejo regenerativo cria um ciclo de autossuficiência produtiva e ecológica, fundamental para a agricultura de base familiar em regiões de montanha. 📊 Benefícios observados: ✔️ Solo mais fértil e estruturado ✔️ Zero uso de herbicidas e agrotóxicos ✔️ Aumento de microrganismos benéficos ✔️ Qualidade sensorial superior no café ✔️ Redução de custos com insumos ✔️ Preservação ambiental e valorização do produto Fontes: G1 | Conexão Safra | Revista Negócio Rural
- São Paulo planeja sistema de monitoramento em segurança alimentar
A cidade de São Paulo poderá contar, em breve, com um sistema permanente de vigilância e monitoramento da segurança alimentar e nutricional (SAN), conforme propõe um grupo de especialistas da USP. O 1º Inquérito sobre a Situação Alimentar no Município de São Paulo foi realizado em 2024. Foto: Adobe Stock A proposta, apresentada em artigo publicado no Jornal da USP , sugere a criação de uma ferramenta pública capaz de reunir e integrar dados sobre produção, acesso, consumo e políticas públicas relacionadas à alimentação — uma estratégia essencial para lidar com os desafios crescentes da insegurança alimentar urbana. Esse projeto encontra consonância direta com as pesquisas e iniciativas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Combate à Fome (INCT Fome), que já revelaram que mais da metade da população da capital paulista vive algum grau de insegurança alimentar. Em 2022, um levantamento liderado por pesquisadores do instituto apontou que cerca de 52% dos domicílios da cidade enfrentavam dificuldades para garantir uma alimentação adequada e saudável. 📊 Diagnósticos A proposta da USP vai além da mensuração pontual: trata-se de criar uma estrutura contínua, baseada em evidências, para orientar o poder público na formulação de políticas de combate à fome, redução de desigualdades e promoção do direito humano à alimentação. A ideia é desenvolver uma base de dados dinâmica, que articule fontes como pesquisas domiciliares, estatísticas populacionais, dados de acesso à saúde e educação, informações sobre programas sociais e hábitos alimentares. Esse tipo de ferramenta ganha ainda mais relevância ao se observar a urgência dos dados já levantados pelo INCT. Durante o II Simpósio INCT Combate à Fome, realizado em 2023, foi reiterada a necessidade de sistemas estruturados e interdisciplinares para enfrentar a crise alimentar nas cidades brasileiras . O simpósio também destacou o papel dos centros urbanos na formulação de políticas públicas territorializadas, que reconheçam as vulnerabilidades locais — algo que o sistema proposto pela USP poderá fortalecer. Em pesquisa realizada entre os meses de maio e julho de 2024, pelo Comusan-SP (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional), o Obsanpa (Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional da Cidade de São Paulo), e pesquisadores da Unifesp e UFABC, foi revelado que mais de 5,8 milhões de pessoas na cidade tiveram que reduzir a variedade de alimentos, diminuir as porções, pular refeições ou até passar um dia inteiro sem comer. 🔬 Tecnologia, ciência e gestão pública Inspirado em metodologias já aplicadas em países como México, Canadá e Alemanha, o sistema de vigilância de São Paulo prevê a participação de diferentes esferas da gestão pública, além de universidades, conselhos municipais e representantes da sociedade civil. Essa governança compartilhada visa garantir transparência e aplicação prática dos dados gerados. A proposta da USP também busca inserir São Paulo em redes internacionais de enfrentamento à insegurança alimentar, articulando a cidade aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente no que tange à erradicação da fome, saúde e bem-estar e redução das desigualdades. O objetivo do INCT é avaliar e propor estratégias e políticas públicas para a realização do direito humano à alimentação adequada. Fonte: fsp.usp.br 🌱INCT Combate à Fome O INCT tem atuado fortemente no mapeamento e compreensão das dinâmicas que sustentam a fome e a má nutrição no Brasil, especialmente nos centros urbanos. Seus estudos combinam análises socioeconômicas, políticas públicas, acesso a alimentos saudáveis e as condições de vulnerabilidade agravadas por questões como inflação, desemprego e mudanças climáticas. Fontes : Jornal da USP / Inquérito sobre a situação alimentar
- Projeto Semear Digital Une Agricultura Sustentável e Conservação da Mata Atlântica
A Embrapa Agricultura Digital e a C3 Ambiental firmaram uma importante parceria para valorizar pequenos e médios produtores que contribuem com a preservação da Mata Atlântica. Parceria visa promover a inserção desse segmento em projetos para o mercado de carbono florestal. Créditos: Semear Digital O foco da ação está em remunerar agricultores pela conservação de matas nativas por meio do mercado voluntário de carbono. Isso significa que os produtores participantes poderão receber uma nova fonte de renda — os créditos de carbono , certificados com base nos serviços ambientais prestados pelas áreas preservadas em suas propriedades. 📍 Contexto local e ambiental Em Lagoinha (Vale do Paraíba) , desde 2023, 13 propriedades já integram o projeto, mesmo com a fragmentação da floresta causada pela pecuária leiteira. Em Jacupiranga (Vale do Ribeira) , a ação será lançada oficialmente durante a Semana do Meio Ambiente , no dia 6 de junho. A região abriga um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica em SP e é destaque na produção de banana e palmito pupunha. Segundo Débora Drucker , pesquisadora da Embrapa, a estratégia é alinhar conservação da biodiversidade com produção agrícola por meio de soluções tecnológicas e incentivos econômicos sustentáveis. “A remuneração por serviços ambientais representa uma oportunidade real de renda aliada à conservação”, destaca. A proposta também contempla a oferta de capacitação de agentes multiplicadores. Créditos: Semear Digital. 💡 Modelo de carbono da C3 Ambiental A C3 Ambiental desenvolveu um modelo de certificação agrupada , que reduz os custos de entrada no mercado de carbono para pequenos e médios produtores. Isso é essencial, já que os custos de certificação individual, tanto no Brasil (Lei nº 15.042/2024) quanto em padrões internacionais, podem ser proibitivos. “Esses processos exigem metodologias rigorosas e auditorias independentes, o que inviabiliza a participação isolada. A certificação coletiva é a solução mais viável e inclusiva”, explica Vanessa Fuentes , diretora de operações da C3 Ambiental. 🔬 Monitoramento por DNA Ambiental O projeto também incorpora técnicas de DNA Ambiental para mapear a biodiversidade de forma precisa e não invasiva. A partir de amostras de solo, água ou ar, é possível identificar fragmentos genéticos de espécies presentes no ambiente. Essas análises contribuem para: Indicadores de qualidade ambiental Certificação de áreas produtivas com biodiversidade conservada Futuras possibilidades de criação de créditos de biodiversidade 🌿 Por que isso importa? A Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do Brasil, preserva apenas 12,4% de sua cobertura original . E cerca de 80% dos remanescentes estão em propriedades privadas . Proteger essas áreas é vital para manter: A biodiversidade A qualidade da água e do ar O sequestro de carbono Os serviços ecossistêmicos essenciais, como polinização e regulação climática Fontes: Semear Digital | Agro em campo
- Esalq recebe missão francesa para cooperação em bioeconomia e inovação sustentável
No dia 12 de junho de 2025, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) recebeu uma comitiva francesa composta por representantes de renomadas instituições científicas da França. Docentes da Esalq e empresários franceses durante o Seminário French Agri Days COP 30. Crédito: Gerhard Waller O encontro teve como eixo central a discussão sobre bioeconomia tropical , um dos pilares da agricultura sustentável no século XXI, e contou com a participação do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), do Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement (INRAE), da AgroParisTech e representantes da Embaixada da França no Brasil. A visita integra as atividades do French Agri Days COP30 , iniciativa internacional que visa conectar pesquisadores e instituições em torno de soluções sustentáveis para o clima e a produção agrícola, em preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém (PA) em 2025. 🌿Ciência e sustentabilidade Durante o evento, os participantes discutiram estratégias para o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis, com base no uso inteligente dos recursos naturais dos trópicos. A bioeconomia , neste contexto, foi abordada como uma alternativa econômica baseada na ciência, que promove a valorização da biodiversidade , a inovação biotecnológica e a recuperação ambiental . Segundo as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a bioeconomia representa o uso de recursos biológicos renováveis — como microrganismos, resíduos agrícolas e compostos naturais — para criar produtos e serviços em setores como agricultura, energia, cosméticos e farmacêutica. Países como Alemanha e Estados Unidos já estruturam políticas nacionais nessa direção. 🤝 Parcerias em torno da bioinovação tropical A visita fortaleceu laços entre a Esalq e centros de excelência científica da França. Além da troca de experiências com pesquisadores locais, os representantes participaram de um seminário temático no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), onde conheceram as estruturas laboratoriais voltadas para microbiologia, genômica ambiental e agricultura de baixo carbono. Um dos exemplos mais recentes de aplicação prática da bioeconomia tropical na Esalq é a descoberta de microrganismos da Amazônia com alto potencial para a agricultura regenerativa e desenvolvimento de metabólitos inéditos . Esses organismos estão sendo estudados para aplicação no controle biológico de pragas e na restauração de áreas degradadas, representando a integração entre pesquisa básica, inovação e sustentabilidade. 🧪 ESALQTec e CCARBON A missão francesa também conheceu os projetos da ESALQTec, incubadora tecnológica da Esalq, que tem promovido o fomento à bioinovação , com destaque para startups voltadas à agricultura regenerativa, produção de bioinsumos e tecnologias verdes. Outro destaque recente foi a inauguração do Centro de Ciência para Agricultura Tropical Sustentável (CCARBON) , lançado no campus da Esalq em junho de 2025. A unidade visa articular esforços em bioeconomia, agricultura de baixo carbono, energias renováveis e restauração ambiental, atuando como polo de desenvolvimento científico com enfoque em políticas públicas e tecnologias aplicadas. No dia 6 de junho de 2025, foi instalado o novo núcleo administrativo do CCARBON/USP. Foto: Alexandre Queiroz 🌍 Bioeconomia e o papel do Brasil A missão e o seminário reforçaram o papel estratégico do Brasil, em especial da Esalq/USP, na construção de soluções sustentáveis para o uso do solo em regiões tropicais. Com uma das maiores biodiversidades do mundo e uma sólida base científica, o país tem condições únicas para liderar projetos que integrem conservação, inovação e segurança alimentar. A bioeconomia tropical, nesse sentido, não é apenas um conceito, mas uma prática em desenvolvimento, com projetos que combinam ciência de ponta, políticas públicas e impacto social. Fonte: Esalqnet
- STAC recebe comitiva da Universidad Autónoma Chapingo
Na última segunda-feira, 16 de junho de 2025, o Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC/USP) promoveu a sexta edição da Sustainable Tropical Agriculture School and Tech Tour, desta vez em parceria com a Universidad Autónoma Chapingo (UACh), do México. O evento recebeu alunos do penúltimo ano de graduação da UACh. Foto: Renan Umburanas O evento, realizado na Esalq/USP, recebeu cerca de 60 participantes e teve como objetivo fortalecer os vínculos acadêmicos entre Brasil e México, por meio da troca de experiências científicas e culturais em torno da agricultura tropical sustentável. 📍Imersão no agro tropical brasileiro A programação contou com palestras, visitas técnicas e discussões que permitiram aos estudantes e professores visitantes conhecer de perto os principais projetos de pesquisa em curso na Esalq, além de vivenciar o ambiente acadêmico da instituição. A abertura foi conduzida pelo Prof. Durval Dourado Neto, coordenador do STAC, e pelos professores Renan Caldas Umburanas (LPV - ESALQ/USP), Camacho Tapia Moisés (UACh) e Pineda Ríos José Manuel (UACh). 🔬 Palestras e experiências práticas Entre os destaques do evento estiveram as apresentações: Agricultura irrigada como estratégia de segurança alimentar , ministrada pelo Prof. Durval Dourado Neto; Controle biológico no Brasil , com os professores José Roberto Postali Parra, Ítalo Delalibera Junior e a pesquisadora Mikaela Terra Souza Barreto, no laboratório SPARCBIO; Pesquisa genética , com visita ao Laboratório Nacional Multiusuário de Proteômica, Metabolômica e Lipidômica, e ao Laboratório de Diversidade Genética e Melhoramento; Fitopatologia e Entomologia , com os professores Marcel Bellato Sposito e Raphael de Campos Castilho. Prof. Renan Caldas Umburanas (LPV - ESALQ/USP) na abertura do evento. Além das apresentações, os estudantes participaram de visitas guiadas ao campus da Esalq e ao PECEGE — parceiro em projetos de extensão e pesquisa —, encerrando o dia com um jantar de confraternização. 🤝 Cooperação internacional e extensão universitária O evento, que integra o programa de internacionalização do STAC, reafirma o compromisso da Esalq/USP com a formação de profissionais globais, conectados com os desafios da agricultura sustentável em países tropicais. A participação da UACh amplia a rede de cooperação científica, permitindo que estudantes vivenciem, na prática, os desafios e soluções aplicadas ao setor agrícola brasileiro. 🌎 Sobre o STAC O Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC) atua como um hub multidisciplinar de pesquisa e extensão dedicado à agricultura em ambientes tropicais. Desde sua criação, o centro tem promovido missões técnicas, capacitações internacionais e cooperação científica com universidades da América Latina, Europa e Ásia.
- Macaúba avança como fonte estratégica para biodiesel no Brasil
Segundo pesquisadores da Embrapa Agroenergia, os frutos dessa palmeira nativa possuem características excepcionais que a colocam como uma das opções mais promissoras para a produção de biodiesel sustentável. Pesquisadores trabalham para que a macaúba se torne uma cultura agrícola comercial - Foto: Nilton Junqueira A macaúba (Acrocomia aculeata) segue ganhando protagonismo na agenda de transição energética e diversificação das matérias-primas para biocombustíveis no Brasil. Além de apresentar alta produtividade de óleo por hectare , a macaúba possui a vantagem de se adaptar a diferentes regiões e biomas brasileiros. Sua composição química, rica em ácidos graxos de cadeia longa e com boa estabilidade oxidativa, confere qualidade superior ao biodiesel, especialmente em comparação a outras matérias-primas de origem vegetal. Os estudos destacam também o desempenho energético do biodiesel de macaúba , que apresenta excelente rendimento em motores, reduzindo emissões de gases de efeito estufa. Isso reforça seu alinhamento com metas ambientais e acordos internacionais de descarbonização do setor de transportes. Outro ponto importante destacado pela pesquisa da Embrapa é o aproveitamento integral da planta: enquanto a polpa é rica em óleo para biodiesel, o endocarpo e a fibra podem ser destinados à produção de bioenergia e biomateriais. Isso permite um modelo produtivo com mínimo desperdício e máximo valor agregado — princípio essencial da bioeconomia. Plantação de Macaúba - Foto: Nilton Junqueira De acordo com os pesquisadores, os sistemas agroindustriais baseados na macaúba têm alto potencial para integrar cadeias sustentáveis , inclusive com a participação da agricultura familiar, contribuindo para a geração de renda no meio rural e a recuperação de áreas degradadas. Ao lado de espécies como o babaçu e o dendê, a macaúba representa uma alternativa concreta para diversificar a matriz energética nacional com baixo impacto ambiental , especialmente em regiões de Cerrado e transição Amazônia-Cerrado. O desafio agora está na estruturação de cadeias produtivas , com investimentos em melhoramento genético, logística de colheita e processamento, além da inserção da macaúba em programas de incentivo a biocombustíveis avançados. Fonte: Portal Embrapa
- Substrato ecológico nasce do aproveitamento da casca de coco
Uma alternativa ecológica, funcional e acessível desenvolvida pela Embrapa para o cultivo urbano e rural O substrato “coquita” apresenta características físicas semelhantes à vermiculita. Imagem: CEAGESP Produzido a partir da casca do coco verde , um dos resíduos mais abundantes nas áreas urbanas e costeiras do Brasil, o Coquita é um substrato orgânico que tem chamado a atenção por seu desempenho agronômico e contribuição ambiental . Desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) , o produto foi pensado tanto para horticultores urbanos quanto para viveiros comerciais . 🌱 O que é o Coquita? O Coquita é um substrato para a produção de mudas e plantas ornamentais, obtido a partir da trituragem e processamento das cascas de coco verde . Em sua formulação, o material passa por uma fermentação controlada que reduz a salinidade, estabiliza o pH e promove a decomposição parcial das fibras — tornando-o adequado para uso agrícola imediato . O projeto foi descrito na Circular Técnica 226 da Embrapa como parte de uma estratégia para o aproveitamento sustentável de resíduos orgânicos urbanos , especialmente em regiões litorâneas onde o consumo de coco é alto e a disposição dos resíduos ainda é um desafio ambiental. ♻️ Sustentabilidade no centro do projeto A casca do coco verde representa mais de 80% do peso do fruto e pode levar anos para se decompor em aterros. Com o Coquita, esse material passa a ter destinação produtiva e reduz o impacto ambiental. Estudos da Embrapa mostram que 100 cocos podem gerar cerca de 25 kg de substrato pronto para uso. Além disso, o custo de produção é reduzido , tornando o produto uma alternativa viável para agricultura familiar, hortas escolares, viveiros municipais e produção urbana de alimentos. 🧪 Propriedades do Coquita como substrato Segundo os pesquisadores da Embrapa, o Coquita oferece excelente capacidade de retenção de água e porosidade adequada para aeração das raízes . Ele também apresenta: O substrato é ideal para a produção de mudas de hortaliças, flores, frutíferas e plantas ornamentais - Créditos: Embrapa pH ajustado entre 5,5 e 6,5 Baixa condutividade elétrica após tratamento Textura fibrosa, leve e homogênea Boa estabilidade estrutural ao longo do tempo 🌇 Aplicações práticas em ambiente urbano O substrato também tem sido aplicado em hortas comunitárias e escolares , projetos de agricultura urbana e até em telhados verdes , como destaca o documento técnico “Aproveitamento da casca de coco verde em projetos urbanos”, da Embrapa Agroindústria Tropical. Um dos grandes diferenciais é sua versatilidade : o produto pode ser usado puro ou misturado a compostos orgânicos e esterco curtido, adaptando-se à realidade de pequenos produtores e jardins caseiros. 📚 Saiba mais 🔗 Prosa Rural 🌐 EMBRAPA
- Silvicultura brasileira: tecnologia e sustentabilidade para atender demanda global
Setor florestal ganha relevância e se consolida como parte estratégica da bioeconomia nacional Silvicultura brasileira ganha força com apoio de tecnologia e rastreabilidade. Créditos: CNA Brasil A silvicultura brasileira vive um novo ciclo de crescimento. Durante a Agrishow 2025 , especialistas e representantes do setor destacaram como os avanços tecnológicos em manejo florestal, rastreabilidade e automação estão ajudando o Brasil a se posicionar como um dos principais fornecedores mundiais de madeira de origem plantada, com foco em sustentabilidade e eficiência. Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) , o Brasil é o segundo maior exportador mundial de produtos florestais — atrás apenas dos Estados Unidos — e possui 10,7 milhões de hectares de florestas plantadas , utilizadas em setores como celulose, papel, energia e construção civil. 🔍 Avanços no setor florestal 1. Monitoramento por sensoriamento remoto Tecnologias de drones e imagens de satélite vêm sendo utilizadas para prever produtividade , acompanhar o crescimento das árvores e prevenir doenças, otimizando a colheita e reduzindo perdas. 2. Rastreabilidade e certificações ambientais Empresas estão adotando sistemas digitais de rastreamento para garantir que a madeira comercializada seja proveniente de áreas plantadas certificadas, atendendo exigências de mercados internacionais, sobretudo Europa e Ásia. 3. Mecanização e inteligência artificial Equipamentos de colheita estão cada vez mais adaptados a terrenos acidentados e a diferentes espécies florestais. Já softwares com uso de IA ajudam a modelar cenários e identificar o momento mais adequado para o corte, com base em variáveis climáticas e econômicas. 📈 Expansão em bioeconomia O crescimento do setor também responde à transição para materiais renováveis . O uso de madeira como insumo para biocombustíveis, bioplásticos e produtos de alto valor agregado (como fibras têxteis e embalagens compostáveis) tem ganhado espaço, integrando a cadeia de bioeconomia brasileira. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) estima que o país pode expandir a área plantada em até 40% nos próximos anos, desde que com responsabilidade ambiental. Atualmente, só 1% do território brasileiro é ocupado por florestas plantadas — e 70% da madeira consumida no país provém desse tipo de manejo. 🌎 Conexão com metas globais A silvicultura também se mostra estratégica no cumprimento de metas climáticas. Além de gerar créditos de carbono , as florestas plantadas contribuem para o sequestro de carbono, recuperação de áreas degradadas e preservação de recursos hídricos. Durante a Agrishow, especialistas destacaram que o setor já gera mais de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos e é responsável por 3,4% do PIB industrial brasileiro , segundo levantamento da Ibá. Fonte: G1




















