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Cultivo de macaúba cria oportunidades e reduz emissões de carbono no Brasil

  • alexandrequeiroz41
  • há 2 minutos
  • 3 min de leitura

O projeto de biocombustíveis renováveis da Acelen tem transformado a macaúba em uma fonte estratégica para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel renovável (HVO).

plantação de macaúba
A iniciativa plantará 800 mil mudas em 1.500 hectares na Bahia. Créditos: Eixos

A macaúba tem capacidade de transformar terras que não contribuem mais para o ecossistema global em novas florestas, capazes de capturar carbono e movimentar a economia por meio da produção de combustíveis renováveis, o que amplia ainda mais o potencial do fruto para o mundo.


A proposta coloca o Brasil em posição de destaque na transição energética global. Com o uso da macaúba como matéria-prima principal, o projeto pretende sequestrar até 60 milhões de toneladas de CO₂ nos próximos anos, ao mesmo tempo em que promove recuperação de pastagens e inclusão produtiva de pequenos agricultores.


Outro fator que a torna uma alternativa sustentável é a instalação de processos de governança e rastreamento. Para as regiões de interesse, o Código Florestal define que de 20% a 35% das áreas de cultivo devem ser destinadas à preservação da vegetação nativa. Assim, as florestas de macaúba poderão se integrar às áreas de proteção ambiental e promover o aumento da biodiversidade, fundamental para o equilíbrio do meio ambiente.


O protagonismo da macaúba


O cultivo da macaúba (Acrocomia aculeata) representa um novo capítulo para a bioeconomia brasileira. Considerada uma planta altamente eficiente, sua produtividade pode ser até dez vezes superior à da soja por hectare. Além disso, o fruto é integralmente aproveitável — da polpa ao caroço — permitindo a extração de óleo vegetal, tortas proteicas e subprodutos de alto valor agregado.


Com investimento inicial de US$ 3 bilhões, a Acelen Renováveis já iniciou o plantio das mudas na fazenda-modelo de Cachoeira (BA), e desenvolve estudos avançados de manejo e nutrição vegetal no Acelen Agripark, em Montes Claros (MG). O centro é considerado o maior polo de inovação agroindustrial do gênero no país, reunindo mais de 60 hectares de experimentos sobre densidade, produtividade e regeneração de solos degradados.

Somente em Cachoeira (BA) serão plantadas 800 mil mudas de Macaúba. Créditos: Youtube

Além da vertente tecnológica, o projeto também tem forte compromisso social. Cerca de 20% das plantações serão conduzidas em parceria com agricultores familiares, criando oportunidades em regiões de baixo dinamismo econômico. A expectativa é que sejam gerados até 85 mil empregos diretos e indiretos nos próximos 10 anos.


Inovação e impacto positivo


No Acelen Agripark, os pesquisadores operam uma extratora piloto com capacidade de 2 toneladas por hora, destinada à obtenção do óleo e de coprodutos da macaúba. O sistema é totalmente voltado para produção sustentável, com reaproveitamento de resíduos e aplicação de modelos nutricionais adaptados ao bioma local.

Acelen Agripark
Acelen Agripark, em Montes Claros (MG). Créditos: Acelen

O centro também atua como um espaço de formação técnica e difusão científica, aproximando pesquisa, indústria e comunidades locais. Segundo especialistas, o conhecimento gerado ali representa “a semente da descarbonização”, pois integra produção energética, recuperação ambiental e transformação social — pilares fundamentais para uma transição energética justa.


Além dos impactos ambientais, o projeto traz benefícios econômicos expressivos. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que a cadeia de combustíveis renováveis baseada na macaúba poderá movimentar US$ 40 bilhões na economia brasileira na próxima década, aumentado a geração de renda e a exportação de energia limpa.


Futuro energético


Com início de operação previsto para 2027, a unidade integrada de produção de SAF e HVO utilizará tecnologia HEFA (Hydroprocessed Esters and Fatty Acids) — o mesmo processo empregado nos biocombustíveis de aviação de última geração. Essa tecnologia garante redução de até 80% das emissões de CO₂ em comparação com combustíveis fósseis, sem comprometer desempenho ou eficiência.


O projeto também contribui para o avanço das metas globais de descarbonização e para a consolidação do Brasil como protagonista em combustíveis sustentáveis de origem vegetal. A iniciativa reforça a visão de que a integração entre floresta e agricultura pode gerar soluções climáticas, sociais e econômicas sustentáveis — demonstrando que a bioeconomia é, acima de tudo, uma oportunidade de desenvolvimento.


Fonte: CNN


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