Anuário destaca avanços em ações para enfrentar a insegurança alimentar no Brasil
- alexandrequeiroz41
- 2 de out.
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O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Combate à Fome lançou seu Anuário 2024-2025, publicação que reúne as principais atividades desenvolvidas no segundo ano de vigência do projeto.

Coordenado pela professora Dirce Maria Lobo Marchioni, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, o documento apresenta não apenas um balanço, mas também um registro estratégico das pesquisas, eventos acadêmicos, iniciativas de popularização da ciência e ações de transferência de conhecimento para diferentes setores da sociedade.
Disponível online, o anuário reflete o caráter transdisciplinar e colaborativo do INCT, reafirmando seu compromisso com a construção de soluções para a fome e a insegurança alimentar no Brasil.
Alcance nacional e internacional
O INCT Combate à Fome integra a rede de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, que atuam em áreas estratégicas para o país. Seu trabalho envolve 61 pesquisadores de instituições nacionais e internacionais, dedicados a 57 objetivos e 96 metas.
O foco é propor políticas públicas e estratégias para a realização do direito humano à alimentação adequada, a partir de uma abordagem sistêmica dos alimentos e com o uso de inteligência artificial (IA) como ferramenta de análise.

Eixos temáticos de atuação
As atividades foram organizadas em cinco eixos principais: Saúde e Nutrição, Políticas Públicas, Comunicação e Difusão, Inteligência Artificial e Cadeias de Valor:
Saúde e Nutrição: destaque para nove artigos e nove capítulos de livros, abordando desde merenda escolar até hortas urbanas e cozinhas solidárias. Entre os eventos, dois seminários reuniram pesquisadores de peso, como Paulo Artaxo e Renato Maluf, que discutiram mudanças climáticas e acesso à alimentação no contexto amazônico.
Políticas Públicas: concluiu-se um estudo sobre a análise de sentimento em reportagens relacionadas ao Programa Bolsa Família (2003–2023), além de mapeamentos acadêmicos e um curso de extensão sobre mídias sociais aplicadas ao tema.
Comunicação e Difusão: parcerias estratégicas ampliaram o impacto do instituto. Uma das mais relevantes foi com a Comunidade Quilombola Mocambo (Sergipe) e pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe, em iniciativas de Educomunicação voltadas à segurança alimentar.
Inteligência Artificial: avanços técnicos permitiram automatizar processos de integração de dados heterogêneos, facilitando pesquisas sobre nutrição, insegurança alimentar e diversidade de alimentos. Também foi desenvolvido um modelo de IA generativa para formular soluções de cardápios escolares considerando sazonalidade, diferenças regionais e mudanças climáticas.
Cadeias de Valor: estudos recentes analisaram os gastos com merenda escolar a partir de dados do Tribunal de Contas e de planos plurianuais municipais. Outro ponto em desenvolvimento é a pesquisa sobre desperdício de alimentos, incluindo colaborações internacionais em nível de iniciação científica e doutorado.
Instrumento de transformação
O anuário vai além da simples divulgação de resultados. Ele funciona como um instrumento de memória e sistematização, garantindo visibilidade às ações realizadas e orientando os próximos passos do instituto.
Ao reunir pesquisas científicas, formações acadêmicas, projetos de extensão, podcasts, vídeos e relatórios técnicos, a publicação evidencia como a ciência brasileira pode responder a desafios estruturais, como a fome, ao mesmo tempo em que se conecta com políticas públicas e iniciativas locais de impacto social.
📌 O Anuário INCT Combate à Fome (2024-2025) pode ser acessado neste link.
Fonte: Jornal da USP



