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Novo mapa detalhado evidencia potencial do solo brasileiro para estocar carbono

  • alexandrequeiroz41
  • há 5 minutos
  • 2 min de leitura

Estudo da USP aponta que práticas agrícolas sustentáveis podem transformar o Brasil em protagonista global na mitigação das mudanças climáticas

mapa mundi de solos
Dados coletados por seis anos, processadas com aprendizado de máquina, estimam atributos do solo de áreas sem amostras diretas - Imagem: Cedida pelo pesquisador

Um mapa de alta resolução elaborado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) traz informações inéditas sobre a capacidade dos solos brasileiros de reter carbono. A pesquisa reforça a urgência de expandir práticas agrícolas sustentáveis que, além de manterem a produtividade, possam contribuir de forma decisiva para a mitigação das mudanças climáticas.


O solo como aliado climático


O estudo mostra que os solos do país apresentam grande potencial de sequestro de carbono, sobretudo em áreas agrícolas. A retenção desse elemento no solo não apenas reduz a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, como também melhora a fertilidade e a resiliência dos sistemas produtivos.


Raul Roberto Poppiel
Raul Roberto Poppiel - Foto: ResearchGate

De acordo com os pesquisadores, a adoção de práticas como plantio direto, uso de culturas de cobertura, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e recuperação de pastagens degradadas pode ampliar significativamente o estoque de carbono. Essas técnicas já vêm sendo discutidas em projetos nacionais e internacionais voltados à agricultura de baixo carbono. “O estudo teve como objetivo elaborar o primeiro mapa global de solos em alta resolução, nesse caso, 90 metros, combinando observações de satélite, dados de campo e inteligência artificial”, afirma o professor Raul Roberto Poppiel, um dos coordenadores do projeto.


Agricultura sob análise


O mapeamento indica que áreas com manejo intensivo e pouco diversificado tendem a liberar mais carbono do que estocar. Isso ocorre porque a remoção contínua da cobertura vegetal e o uso excessivo de insumos químicos reduzem a matéria orgânica do solo.


Por outro lado, regiões que adotam sistemas integrados e práticas conservacionistas apresentam saldo positivo, acumulando carbono no solo e gerando benefícios ambientais e econômicos.


Relevância para políticas públicas e mercado de carbono


Além de seu valor científico, o mapa pode servir de base para a formulação de políticas públicas de agricultura sustentável. O detalhamento em alta resolução permite identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental e orientar investimentos em mercados de carbono, que vêm crescendo no Brasil.


Com dados mais precisos, torna-se possível certificar práticas agrícolas que de fato contribuem para reduzir emissões de gases de efeito estufa e valorizar produtores comprometidos com sistemas regenerativos.


Conexões com pesquisas em andamento


A publicação também dialoga com iniciativas mais amplas de centros de pesquisa da USP, como o STAC, que desenvolve diagnósticos e tecnologias para ampliar a sustentabilidade agrícola, com o CCARBON que vem desenvolvendo estudos para mapear as pegadas de carbono na agricultura e o RCGI, voltado a soluções em mitigação de gases de efeito estufa.


Todos os centros reforçam que a integração entre ciência, políticas públicas e setor produtivo será essencial para que o Brasil explore seu potencial como líder mundial em estratégias de baixo carbono.


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