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Cientistas brasileiros descobrem enzima que pode revolucionar a indústria de biocombustíveis

Estudo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) revela molécula capaz de aumentar eficiência de biorrefinarias e acelerar transição para energia sustentável.

Plantação de Cana-de-Açúcar
Enzima descoberta em pesquisa pode aumentar o potencial de quebra da celulose em escala industrial. Créditos: My images

Cientistas brasileiros do CNPEM identificaram uma enzima - CelOCE (Cellulose Oxidative Cleaving Enzyme) - com potencial para transformar a indústria de biocombustíveis. A descoberta, detalhada em pesquisa recente e publicada na revista Nature, destaca como a enzima, isolada de microrganismos em solos brasileiros, otimiza a degradação de biomassa, processo crucial para a produção de etanol de segunda geração e outros biocombustíveis.


A enzima atua de forma única ao quebrar componentes complexos da biomassa vegetal, como a lignina, substância que dificulta a conversão de açúcares em energia. A CelOCE opera por um mecanismo de clivagem oxidativa, elevando a eficiência de conversão de celulose de 60-70% para 80%. O avanço chega em um momento estratégico, quando o Brasil busca consolidar sua liderança global em biocombustíveis sustentáveis, alinhado às metas climáticas do Acordo de Paris.


Biorrefinaria
A eficiência nos processos pode aumentar de 60% para 80% com a utilização da CelOCE. Foto: Jornal Cana

A nova enzima não apenas beneficia a produção de etanol, mas também pode ser aplicada na fabricação de bioplásticos e outros materiais renováveis. "Essa descoberta reforça o papel do Brasil como laboratório global de soluções sustentáveis", afirma um dos coordenadores do estudo. A expectativa é que a tecnologia seja testada em escala industrial até 2026, com parcerias já em negociação com empresas do setor sucroenergético.


Além do CNPEM, instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) têm contribuído para avanços na área. Uma limitação é a incerteza sobre o volume exato de aumento na produção, que varia com a quantidade de resíduos disponíveis. Comparações com outras descobertas, como enzimas para jet fuel derivado de óleo de etanol de milho (A new enzyme could turn corn oil into jet fuel), indicam um campo em rápida evolução, mas a CelOCE destaca-se por seu foco em celulose.


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