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Campo em equilíbrio: Índice avalia sustentabilidade do agro

  • alexandrequeiroz41
  • 1 de jul.
  • 2 min de leitura

Ferramenta desenvolvida por pesquisadores da FGV e da Esalq/USP aponta onde o agronegócio brasileiro consegue conciliar desenvolvimento econômico, bem-estar social e conservação ambiental

sustentabilidade no campo
O agronegócio responde por 26 % do PIB de Mato Grosso e garante alimentos para o mundo. Créditos: My images.

O avanço da agricultura no Brasil — especialmente no Mato Grosso — é frequentemente analisado sob a ótica da produção, mas nem sempre com a devida atenção ao impacto ambiental e à inclusão social. Pensando nisso, um grupo de pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP) e da Esalq/USP desenvolveu o Índice de Sustentabilidade do Desenvolvimento Rural (ISD), uma ferramenta que consolida múltiplos indicadores em um único número para medir a real sustentabilidade do desenvolvimento rural em 141 municípios mato-grossenses.


🌾 Por que medir a sustentabilidade rural?


Com 26% do PIB estadual advindo do agro, Mato Grosso tornou-se um símbolo da pujança agrícola brasileira. No entanto, esse crescimento não vem sem controvérsias — desmatamento, pressão sobre recursos hídricos e desigualdade social ainda são desafios recorrentes.


O novo ISD busca preencher essa lacuna ao oferecer um retrato integrado e mensurável da sustentabilidade. Ele avalia se os ganhos econômicos caminham lado a lado com melhorias sociais e preservação ambiental.


🧩 Como funciona o índice?


O ISD é formado a partir de sete indicadores principais, organizados em três dimensões: econômica, social e ambiental. Todos os dados são provenientes de bases públicas como IBGE, ANA e Atlas Brasil, e os valores são normalizados entre 0 e 1. A seguir, os componentes do índice:


  • Econômicos▪ Valor Bruto da Produção Agropecuária (GV)▪ Renda média ajustada dos estabelecimentos rurais (AI)

  • Sociais▪ Expectativa de vida (LE)▪ Anos médios de escolaridade (SY)

  • Ambientais▪ Déficit de Áreas de Preservação Permanente (rPPA)▪ Déficit de Reserva Legal (rLR)▪ Escassez relativa de água (rWS)


A combinação dos sub-índices é feita por meio de um cálculo geométrico (raiz cúbica do produto entre os três blocos), garantindo uma ponderação equitativa.


🗺️ O que os dados revelam?


O resultado é um mapa que revela um “corredor de equilíbrio” no centro de Mato Grosso, onde cidades como Sapezal, Lucas do Rio Verde e Primavera do Leste se destacam com índices elevados de sustentabilidade (ISD acima de 0,68). Esses municípios reúnem:


✅ Produção agropecuária robusta

✅ Bons indicadores sociais

✅ Conformidade ambiental relativa


Por outro lado, os extremos norte e sudoeste do estado enfrentam déficits mais severos, tanto na estrutura de serviços quanto na regularização ambiental.


🧭 O que o ISD pode orientar?


A principal contribuição do ISD é funcionar como uma ferramenta estratégica para gestores públicos, cooperativas e empresas do agro que buscam orientar investimentos e políticas com base em dados integrados. Ao evitar a visão fragmentada — focada somente na economia ou na conservação — o índice oferece um retrato mais completo do que significa ser “sustentável” no campo.


Segundo os autores, a sustentabilidade não é uma ideia abstrata, mas sim um conceito que pode (e deve) ser medido. Com indicadores claros e comparáveis, o debate sobre o futuro do agro pode se tornar mais técnico, transparente e orientado a resultados de longo prazo.


Fontes: Tempo | MDPI

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