top of page

Brasil desponta como líder em pesquisa para agricultura sustentável

A agricultura brasileira, peça-chave na economia e na segurança alimentar global, está no centro de uma produção científica que aponta caminhos para agricultura sustentável no Brasil e sugere coordenação de instituições para avanço do setor.


Pesquisadora realizando estudos no campo.
Análise de produção científica aponta caminhos para agricultura sustentável no Brasil. Crédito: myimages.ai

O Brasil, uma das maiores potências agrícolas do mundo, vem ocupando uma posição estratégica no desenvolvimento sustentável global. Com produção de alimentos que abastece não apenas o mercado interno, mas também diversas nações, o país tem o desafio de equilibrar crescimento econômico, proteção ambiental e demandas sociais. Em um estudo recente publicado na revista científica Sustainability, pesquisadores brasileiros realizaram uma análise bibliométrica das publicações científicas do país relacionadas à agricultura e sustentabilidade, revelando uma trajetória de crescimento na área e destacando instituições e autores de maior influência.


A pesquisa, conduzida por uma equipe de universidades brasileiras, analisou 3.139 artigos publicados entre 2000 e 2022 por 21.380 autores. Segundo o estudo, o termo "sustentabilidade" experimentou expansão em uso, desdobrando-se em temas correlatos como "agricultura sustentável" e "intensificação sustentável". A “integração lavoura-pecuária” e a “agrofloresta” também se destacaram como práticas de grande relevância para o desenvolvimento de estudos futuros, enfatizando a importância de sistemas agrícolas que respeitem o equilíbrio ambiental.


A importância das universidades e da pesquisa colaborativa


A Universidade de São Paulo (USP) liderou o volume de publicações, com cerca de 33% dos estudos, seguida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Essas instituições representam mais da metade da produção científica brasileira na área e, de acordo com os autores, poderiam coordenar iniciativas de pesquisa colaborativa que envolvam diferentes estados e até outros países. A pesquisa destaca que a criação de grupos de estudo multicolaborativos facilitaria o desenvolvimento de políticas públicas mais participativas e abrangentes.


“Com a participação de várias universidades e centros de pesquisa, o Brasil pode estabelecer uma base sólida de conhecimento científico aplicada às políticas públicas”, sugerem os pesquisadores.

Eles afirmam que esses grupos, ao integrar conhecimento técnico e experiências locais, poderiam propor soluções inovadoras para problemas ambientais e socioeconômicos que afetam o setor agrícola.


Desafios e oportunidades para uma agricultura sustentável


Embora o Brasil se destaque em várias frentes agrícolas, como na produção de soja, carne e café, o modelo agrícola atual também é apontado como um contribuinte significativo para a emissão de gases de efeito estufa e para o consumo de recursos hídricos e energéticos em larga escala. Em resposta a essas preocupações, os autores observam que o país tem um crescente interesse em práticas sustentáveis, como o uso de biofertilizantes e técnicas de integração entre lavoura e pecuária.


A análise sugere que, ao priorizar temas como “agricultura sustentável” e “segurança alimentar”, o Brasil pode não apenas atender às metas nacionais de sustentabilidade, mas também colaborar de maneira mais efetiva com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Segundo a pesquisa, esse compromisso é essencial para mitigar os efeitos da agricultura intensiva e promover uma gestão mais equilibrada dos recursos naturais, preservando a biodiversidade.


ODS da ONU
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU possuem forte conexão com a agricultura. Crédito: Canva

O papel das colaborações internacionais


Além de parcerias nacionais, o estudo aponta que a colaboração com instituições estrangeiras tem se mostrado crucial para o desenvolvimento do conhecimento sobre práticas agrícolas sustentáveis. Instituições como a Universidade de Ghent, na Bélgica, e a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) foram mencionadas como parceiras estratégicas em diversos estudos, ampliando o alcance e o impacto da pesquisa brasileira.


Próximos passos: do conhecimento à ação


A partir dos dados levantados, os autores sugerem a criação de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis na agricultura e criem mecanismos para integrar a ciência com as necessidades do setor agrícola.


“O conhecimento científico é uma ferramenta essencial para informar e estruturar políticas agrícolas que alinhem desenvolvimento econômico e preservação ambiental”, afirma o estudo.

A pesquisa ressalta, entretanto, que para que essas políticas sejam efetivas, elas devem ser desenhadas com base em evidências científicas e com o envolvimento direto das comunidades afetadas. Dessa forma, o país poderá traçar um caminho sólido para uma agricultura sustentável, promovendo o desenvolvimento de longo prazo e garantindo a segurança alimentar para as futuras gerações.




Inscreva-se na nossa newsletter

bottom of page