Bioinsumo multiforrageiras utilizado na recuperação de pastagens
- alexandrequeiroz41
- 4 de jul.
- 2 min de leitura
A Embrapa Agrobiologia, em parceria com a Agrocete, apresentou recentemente um bioinsumo multiforrageiras utilizado no manejo de pastagens no Brasil.

A nova solução, que deve chegar ao mercado em 2026, associa três estirpes bacterianas benéficas ao solo, promovendo ganhos em produtividade, recuperação de áreas degradadas e redução do uso de fertilizantes nitrogenados — além de contribuir para mitigar emissões na pecuária.
🌱 Solução biológica para desafios antigos
O produto foi desenvolvido com foco em um cenário preocupante: cerca de 100 milhões de hectares de pastagens brasileiras apresentam níveis intermediários ou severos de degradação, impactando diretamente a produtividade e as emissões do setor pecuário. A proposta do novo inoculante é integrar soluções baseadas na biotecnologia para restaurar a fertilidade do solo e promover a intensificação sustentável da pecuária.
🔬 Funções microbianas
O inoculante combina microrganismos já conhecidos por seu desempenho em culturas agrícolas:
Bradyrhizobium: fixador de nitrogênio amplamente usado na cultura da soja;
Azospirillum: estimula o crescimento de gramíneas e também fixa nitrogênio;
Nitrospirillum: em fase final de validação, tem demonstrado alta eficiência no estímulo ao crescimento radicular e fixação de nitrogênio.
Essa composição permite uso tanto em sistemas tradicionais quanto em consórcios de gramíneas e leguminosas, e mesmo em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP).
📉 Menos fertilizantes e emissões de carbono
Segundo a Embrapa, o uso do inoculante pode substituir parte dos fertilizantes sintéticos, especialmente os nitrogenados — um dos principais emissores de gases de efeito estufa (GEE) no setor agropecuário. Em testes realizados em casa de vegetação, foi observada uma elevação superior a 30% na biomassa das leguminosas, e também ganhos em áreas com pastagens exclusivamente de gramíneas como braquiária.
Além disso, o consórcio com leguminosas permite:
Redução de até 30% nas emissões de GEE;
Sequestro de até 4,4 toneladas de carbono por hectare ao ano;
Ampliação da biodiversidade e saúde do solo;
Maior eficiência no uso de recursos e circulação de nutrientes.
💼 Potencial de mercado e inovação em escala
A versatilidade e aplicabilidade do produto em diferentes sistemas e tipos de pastagem tornam o bioinsumo promissor não apenas sob o ponto de vista agronômico, mas também estratégico para o mercado de insumos biológicos. Para Andrea Giroldo, diretora da Agrocete, trata-se de uma solução prática e econômica que atende às demandas crescentes da pecuária moderna por sustentabilidade e rentabilidade.
🔄 Caminho para a pecuária regenerativa
O novo inoculante integra um conjunto de estratégias de agricultura regenerativa focadas na recuperação ecológica de áreas degradadas, melhora da produtividade e neutralidade de carbono. O lançamento comercial está previsto para 2026, após a finalização dos estudos agronômicos de validação.
Fonte: Canal Rural