A agricultura urbana impacta positivamente na segurança alimentar e na redução da temperatura nas cidades, além de promover lazer, melhorar o meio ambiente e incentivar a educação ambiental.

A agricultura urbana refere-se à prática de cultivar alimentos em pequena escala em áreas urbanas e periurbanas. Esse tipo de produção é voltado principalmente para o consumo próprio dos agricultores, distinguindo-se da agricultura tradicional em aspectos como a falta de especialização dos produtores, a impossibilidade de dedicação exclusiva à atividade e a diversidade de culturas. Além disso, o lucro não é o principal objetivo, uma vez que a produção visa o uso pessoal, com a possibilidade de venda do excedente.
Além dos benefícios econômicos, a agricultura urbana também traz impactos sociais importantes. De acordo com o biólogo Rodrigo Augusto Santinelo Pereira, professor da USP, o cultivo de hortas pode promover o bem-estar da comunidade. As plantas podem estar associadas ao lazer e ao paisagismo, além de melhorar a estética dos espaços urbanos e promover a troca de plantas entre os moradores.
Essa prática agrícola, incentivada pelo governo federal por meio do Programa Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana, visa fomentar atividades agrícolas e pequenas criações de animais nas áreas urbanas disponíveis. O programa também busca conscientizar sobre os impactos da agricultura nas cidades, com ênfase em práticas sustentáveis e no combate à insegurança alimentar.
No aspecto ambiental, a agricultura urbana oferece benefícios como a melhoria da qualidade do ar e da água, além de ajudar a reduzir a temperatura e as ilhas de calor nas cidades. Pereira explica que a transpiração das plantas aumenta a umidade relativa do ar, proporcionando maior conforto térmico. Além disso, as plantas funcionam como filtros naturais, capturando partículas de poeira e contaminantes do ar.
Outro benefício é a redução do escoamento da água das chuvas, diminuindo a quantidade de poluentes que seriam carregados para rios e córregos urbanos, que muitas vezes são utilizados para captação de água.

A educação ambiental é outro aspecto relevante da agricultura urbana. Pereira defende que as atividades de plantio ajudam a promover o conhecimento sobre o meio ambiente e as interações ecológicas. Ele sugere que essa educação pode ocorrer tanto em ambientes informais, como hortas comunitárias, quanto em ambientes formais, como escolas e comunidades.
Em Ribeirão Preto, por exemplo, a Secretaria Municipal de Educação mantém 29 hortas urbanas em escolas municipais, com o apoio de recursos da própria Secretaria e das Associações de Pais e Mestres (APM).