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Recuperação de Vegetação Nativa Contribui Para Incremento de R$ 4 Bilhões Anuais no Agro de São Paulo

Uma pesquisa inédita desenvolvida pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) revelou que a restauração de vegetação nativa próxima às áreas de cultivo agrícola pode gerar um incremento anual de R$ 4,2 bilhões na produção agrícola paulista. Este aumento está diretamente relacionado aos serviços de polinização promovidos por abelhas, que aumentam a produtividade, o tamanho e a qualidade dos frutos.


Floresta sendo recuperada.
Os agricultores podem ter ganhos bilionários com restauração ecológica. Foto: Ecolitoral

Impacto Econômico por Cultura


O estudo, que integra o projeto Biota Síntese, detalhou os ganhos potenciais em diversas culturas agrícolas:


  • Soja: R$ 1,4 bilhão/ano.


  • Laranja: R$ 1 bilhão/ano.


  • Café: R$ 660 milhões/ano.


  • Culturas permanentes (goiaba, abacate, manga): R$ 280 milhões/ano.


  • Culturas temporárias (tomate, amendoim, feijão): R$ 820 milhões/ano.


Além do aumento econômico, os pesquisadores destacaram melhorias significativas na qualidade dos produtos devido à maior frequência de visitas de polinizadores às flores.


Colaboração Multissetorial


Logo do Núcleo Biota
Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza - Fonte: biotasintese.iea.usp.br

O projeto Biota Síntese, coordenado pela Semil, USP, Unicamp e outras instituições, promove a integração entre ciência e políticas públicas. Os resultados foram apresentados no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e reforçam a importância dos serviços ecossistêmicos para a economia e a biodiversidade.


Eduardo Moreira, pesquisador da USP e coautor do estudo, exemplificou o impacto das abelhas:

“Elas vivem nas matas nativas, saem para buscar alimento nas flores das lavouras, polinizando-as e aumentando a produção.”

Carlos Joly, professor emérito da Unicamp e coordenador do Biota Síntese, ressaltou que serviços ecossistêmicos, muitas vezes invisíveis, são fundamentais:

“Esses serviços silenciosos da biodiversidade são essenciais para a sustentabilidade.”

Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)


Outro destaque do evento foi a apresentação de diretrizes para o fortalecimento de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), como:


  • PSA Juçara, Guardiões das Florestas e Mar sem Lixo.


  • Casos de sucesso como o Projeto Conexão Mata Atlântica e o Crédito Ambiental Paulista.


Patrícia Ruggiero, pesquisadora da USP, enfatizou o impacto social e ambiental do PSA:

“Além de conservar áreas naturais, os PSAs aumentam a renda dos prestadores de serviços ambientais e fortalecem a relação entre comunidades e a gestão pública.”

O projeto recebeu incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que destinou R$ 4,3 milhões às pesquisas.



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